Entretenimento



Santa Cruz-Santiago

Músico gaúcho Killy Freitas lança disco com letras do escritor chileno Antonio Skármeta

Show de divulgação será neste sábado na Livraria Cultura, em Porto Alegre

31/10/2014 - 16h49min

Atualizada em: 31/10/2014 - 16h49min


Fábio Prikladnicki
Fábio Prikladnicki
Enviar E-mail
Arquivo pessoal / Divulgação
Skármeta (E) e Freitas na Casa Museu La Chascona, de Pablo Neruda, em Santiago

Não é qualquer um que tem a oportunidade de fazer uma parceria com o grande escritor chileno Antonio Skármeta. Pois a honra coube ao músico gaúcho Killy Freitas, que gravou o disco Café Frio com letras escritas pelo autor do livro O Carteiro e o Poeta, que inspirou o filme de 1994. O show de lançamento - sem a presença do escritor - será neste sábado (1º/11), às 19h, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country, em Porto Alegre, com entrada franca.

Freitas conheceu Skármeta em 2012, quando este foi o patrono da Feira do Livro de Santa Cruz do Sul - cidade onde o músico nasceu e mora. Desde então, foram dois anos de parceria por telefone e e-mail, além de um segundo encontro em Santiago do Chile e de um terceiro em Porto Alegre. Na capital chilena, gravaram o clipe de Casamentero na Casa Museu La Chascona, de Pablo Neruda (1904 - 1973), poeta a quem a canção é dedicada (assista abaixo).

- O disco é bem universal. Tem bossa nova, samba, milonga, bolero, tudo trabalhado com delicadeza e requinte - explica Freitas.

Leia entrevista realizada por e-mail com Antonio Skármeta:

O que inspirou as letras?

Inspira-me como escritor de canções a infinita beleza e a ternura da gente cotidiana: um jovem que escreve poemas em um café toda manhã, a aeromoça que me traz uma champanha no voo de Santiago a São Paulo, a solidão do amante depois de um rompimento sentimental. Mas também me inspiram as grandes figuras da música popular brasileira, que é a que mais abunda no toca-discos do meu carro. Por exemplo, Samba de los Muertos (faixa do disco) não teria sido possível se eu não sentisse devoção por Tom Jobim, Vinicius, Elis Regina. Levo-os tão dentro de mim que são parte de minha espontaneidade: são como a música incidental da minha própria vida.

Como é sua relação artística com Killy Freitas?

Killy é um talento. É assombrosa sua sensibilidade para captar o tom atmosférico de cada letra que escrevi. Creio que nos une uma "alegre melancolia". Primeiro, como compositor, é um mestre da sutileza e da simplicidade. Segundo, é um intérprete dúctil e natural de uma serenidade inegociável. E, terceiro, é um trabalhador incansável: busca a companhia de músicos intuitivos e de grande técnica, faz arranjos inovadores, mostrando que conhece os segredos de cada instrumento e se faz acompanhar por outros cantores, como Bianca Obino, que introduzem deliciosos matizes no álbum.

Seu livro Um Pai de Cinema será adaptado por Selton Mello em O Filme da Minha Vida, rodado na Serra gaúcha. Como está o projeto?

Que sorte eu tive com meus parceiros no Brasil! Os amigos que fiz ao longo de tantos anos são uma inspiração e um estímulo para seguir criando. Selton Mello está intensamente capturado por esse futuro filme baseado na minha novela. Já escreveu um roteiro formidável e me enviou fotos dos cenários onde rodará a história. E até me ofereceu um pequeno papel no filme. Mas me dá vergonha confessar o que faz meu personagem...

CAFÉ FRIO
Killy Freitas e Antonio Skármeta
Música popular, independente, 13 faixas,
R$ 24,90 (à venda na rede da Livraria Cultura).

> Show de lançamento (sem a presença de Skármeta) neste sábado (1º/11), às 19h, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), em Porto Alegre. Entrada franca (por ordem de chegada).

Assista ao clipe da canção Casamentero:



MAIS SOBRE

Últimas Notícias