Reta final
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"Babilônia" chega ao fim com mais erros do que acertos
Encurtada e com índices de audiência pouco satisfatórios para a novela das nove, Babilônia (RBS TV, 21h20min) termina hoje bem distante de confirmar a expectativa que cercou sua estreia, em março.
A trama de Gilberto Braga, João Ximenes Braga e Ricardo Linhares tinha tudo para devolver ao horário nobre da Globo uma novela padrão Avenida Brasil (2012) - assuntos atuais, grande elenco, bons autores. Porém, justamente os temas polêmicos, que deveriam ter feito de Babilônia um sucesso, a levaram aos problemas.
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Após um primeiro capítulo arrasador, que deu esperança de uma grande novela, as mudanças de rumo na sinopse por causa da rejeição a tramas como o romance entre duas senhoras setentonas prejudicou o desempenho. Se a ideia original tivesse sido mantida, possivelmente o desfecho seria outro. Mas isso nunca saberemos.
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O último capítulo vai focar naquilo que deveria ter sido o grande trunfo de Babilônia: o embate entre as vilãs Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) - além da resolução do assassinato do cafetão Murilo (Bruno Gagliasso).
O QUE DEU CERTO
Elenco: Babilônia só não foi um fiasco total por causa da atuação de nomes como Gloria Pires, Adriana Esteves, Fernanda Montenegro, Bruno Gagliasso, Marcos Palmeira e Arlete Salles. E dos novatos Chay Suede, Luisa Arraes e Juliana Alves.
Religião x política: nada mais atual do que esse tema. E a opção pela abordagem em tom de comédia pastelão fez crítica de forma leve.
Temas polêmicos: a novela tocou com efeito em pontos cruciais da sociedade brasileira como homofobia e racismo. E o beijo protagonizado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg foi um avanço.
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O QUE NÃO DEU CERTO
Tramas alteradas: mudar o rumo da sinopse original por conta da rejeição de parte do público - barulhenta, é verdade - contribuiu muito para a novela se perder. Entre as mudanças mais significativas, estão o gay que virou hétero (Carlos Alberto, personagem de Marcos Pasquim) e a garota que não chegou a cair na prostituição (Alice, vivida por Sophie Charlotte).
Verossimilhança: ao custo de se curvar aos índices de audiência, a novela perdeu boas histórias, como o embate entre as vilãs Beatriz e Inês, que acabou se apagando.
Mocinhos sem carisma: Camila Pitanga é uma boa atriz, mas o papel dado a ela não tinha salvação. Regina sofreu com a falta de apelo junto ao público por ser uma barraqueira chata. Sem contar que virar modelo após os 30 anos está distante do real. Além disso, Thiago Fragoso como advogado militante também escorregou para a chatice.
Excesso de personagens: com a novela sendo encurtada, muitas tramas não tiveram prosseguimento, e personagens quase nem apareceram. O caso mais notório foi o de Úrsula (Rogéria), que entrou no final.