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Drogas e experimentação sonora marcaram carreira de Scott Weiland

Vocalista integrou bandas e lançou discos solos que foram do grunge ao country e canções natalinas

04/12/2015 - 11h49min

Atualizada em: 04/12/2015 - 12h26min


Gustavo Brigatti
Gustavo Brigatti
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No início dos anos 1990, o sucesso do Nirvana fez com que as grandes gravadoras corressem atrás de novos Kurt Cobains. Scott Weiland, encontrado morto nesta quinta-feira, foi um dos eleitos. Mesmo na estrada desde meados dos anos 1980, o músico californiano só encontrou respaldo da indústria depois do estouro do som de Seattle.

Cria da cena punk rock da costa oeste, Scott tocou em outras bandas até formar o Stone Temple Pilots com os irmãos Dean (guitarra) e Robert DeLeo (baixo) no começo dos anos 1990. Com uma sonoridade que lembrava bandas ligadas ao grunge, como Alice in Chains e Soundgarden, o STP estourou logo no primeiro LP, Core (1992). O single Plush levou um Grammy por melhor performance de hard rock e é até hoje a canção mais conhecida da banda.

Com o disco seguinte, Purple (1994), a banda encontrou uma identidade musical própria, ampliando sua base de fãs e ganhando o respeito da crítica _ ao mesmo tempo em que jogava luz sobre os problemas de Weiland com as drogas. Nos anos seguintes, o músico assumiria seu vício em heroína, viraria habitué de clínicas de reabilitação e chegaria a ser preso – atrapalhando a vida dos outros integrantes do STP, que não conseguiram terminar a turnê de divulgação do terceiro disco do grupo, Tiny Music...Songs from the Vatican Gift Shop (1996).

No final dos anos 1990, com as relações entre os membros do STP estremecidas, Weiland lançou seu primeiro disco solo, o experimental 12 Bar Blues, que contava com a participação de artistas como Sheryl Crow e Brad Mehldau, enquanto os remanescente da banda montaram um novo projeto com outro vocalista. O Stone Temple Pilots tentaria ainda por mais duas vezes se manter unido, lançado o bom N.4 (1999) e o mediano Shangri-La Dee Da (2001). Em 2003, o quarteto se separou de vez e Weiland se juntou aos ex-Guns N' Roses Slash, Duff McKagan e Matt Sorum para formar o supergrupo Velvet Revolver.

Com um Weiland histriônico, transformado em um frontman menos contido do que nos tempos de Stone Temple Pilots, a banda chegou rapidamente ao sucesso, tocando um hard rock radiofônico de fácil assimilação. O primeiro disco, Contraband (2004), vendeu mais de 3 milhões de cópias e deu a Scott outro Grammy por melhor performance de hard rock, desta vez pelo single Slither.

Porém, novamente os problemas com drogas impediram Weiland de cumprir com seus compromissos e ele acabou demitido um ano depois do lançamento do segundo álbum do Velvet Revolver, Libertad (2007). Nos anos seguintes, ele lançaria o alt-country "Happy" in Galoshes (2008), o disco de canções natalinas The Most Wonderful Time of the Year (2011) e um álbum homônimo com o Stone Temple Pilots em 2010 – seu derradeiro trabalho com os antigos companheiros, que o demitiriam nova e definitivamente em 2013.

O último projeto de Weiland foi com a banda The Wildabouts, com quem gravou o disco Blaster, lançado em março deste ano.


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