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Os altos e baixos de A Regra do Jogo

Novela de João Emanuel Carneiro chega ao fim nesta sexta-feira

11/03/2016 - 09h42min

Atualizada em: 11/03/2016 - 10h36min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Uma novela que já tinha grande repercussão um mês antes de estrear, mas decepcionou logo nos primeiros capítulos. Na reta final, prendeu a atenção do público, teve picos de audiência e movimentou as redes sociais. A Regra do Jogo foi uma verdadeira montanha-russa, cheia de altos e baixos. Encerra no auge, mas no fim das contas, entregou muito menos do que prometeu.

Lembram da emoção que essa primeira chamada causou?

As apostas certeiras

Alexandre Nero e Giovanna Antonelli roubaram a cena como Romero e Atena, ou, como os fãs costumam chamar, "Romena". A dupla de pilantras mais amada dos últimos tempos trouxe o tempero que faltava à trama, tanto que muita gente rejeitou a "quase regeneração" de Romero. O melhor lado dele era o mau, que só despertava quando sua outra metade, Atena, estava por perto.

Com mais de 50 anos de carreira, Tony Ramos nunca havia interpretado um vilão de verdade. Zé Maria quase enganou, mas se revelou um bandido cruel e sanguinário, com muitas mortes nas costas. Um prato cheio para um ator de muitas facetas. Cada minuto em cena era uma verdadeira aula de atuação.

Na reta final, José de Abreu e Deborah Evelyn dominaram o jogo. Ele, como Gibson, o "Pai" da facção, e ela, como a filha sequestrada pelo próprio pai, que no ápice da coragem conseguiu jogar toda a lama no ventilador, dando o pontapé inicial para a destruição da quadrilha.

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Justiça seja feita, João Emanuel Carneiro mudava as regras e surpreendia a cada capítulo. Quem não acompanhou do início ao fim, se perdeu em meio a tantas mudanças de caráter dos personagens. Bons atores com personagens complexos e dúbios nas mãos, é claro, fizeram miséria. O público agradece e aplaude.

As peças certas nos lugares certos: Romero (Alexandre Nero), Atena (Giovanna Antonelli), Ascânio (Tonico Pereira), Zé Maria (Tony Ramos), Gibson (José de Abreu) e Kiki (Deborah Evelyn).


Os pontos perdidos

O Morro da Macaca abrigou vários personagens com pouca ou nenhuma função na história principal. Isso sem falar nas tramas confusas, que pouco disseram ao longo da novela. Menção nada honrosa para o romance de César (Carmo Dalla Vecchia) e Domingas (Maeve Jenkins). Até agora não entendi...

Susana Vieira em cena é um verdadeiro furacão e teve como Adisabeba boas chances de roubar a cena. O problema é que ela não servia, na prática, para nada, a não ser ouvir os desabafos de Tóia (Vanessa Giácomo), Djanira (Cássia Kiss) e Juliano (Cauã Reymond). A dona do Morro da Macaca poderia ter sido uma peça-chave na história, como informante da polícia, chefe ou integrante da facção.

A família de Feliciano (Marcos Caruso) deveria ser o "alívio cômico", assim como a família de Tufão (Murilo Benício) foi em Avenida Brasil. Era pra rir? Lamento, só achei chato. Boa parte do público aproveitava essas cenas pra ir ao banheiro, fazer um lanche ou ver o que estava passando em outro canal.

Não é porque são mocinhos que precisam ser tão estúpidos, né? Tóia (Vanessa Giácomo) prometia muito, foi até capaz de roubar, mentir, desmascarar o próprio sogro...até cair nas garras de Romero e ficar surda, muda, cega e burra. Teve uma reviravolta interessante ao descobrir tudo sobre o marido bandido, armou uma boa vingança, mas a fortaleza se desfez logo em seguida, com a falsa morte de Romero. Começou o chororô, a ladainha de "eu sou culpada, matei o pai do meu filho, vou me entregar". Depois de parar na cadeia, mal apareceu e só deve voltar para o final feliz ao lado de Juliano, outro mocinho beeeem lento.

Mas é claro que ninguém supera a ingenuidade de Dante (Marco Pigossi), o policial mais "tapado" da história. Ele passou a novela inteira "contribuindo" com a facção, já que entregava todas as operações policiais de bandeja para Romero. Mesmo depois do baque "meu pai é um bandido, fui enganado", Dante continuou cometendo os mesmos erros. Vovô Gibson era confidente do neto, mas nas horas vagas era o chefe da facção, óóóó. Se não fosse a ajuda de Juliano e a revelação de Kiki, o policial bonzinho estaria até agora no escuro, morando com os inimigos.

As peças perdidas: Feliciano (Marcos Caruso) e toda a família, os desnecessários do Morro da Macaca, Tóia (Vanessa Giácomo) e Dante (Marco Pigossi).

E vocês, estão ansiosos para o último capítulo? O que podemos esperar do final de Romero, Atena, Juliano, Tóia e outros personagens?

* Diário Gaúcho

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