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Polêmica à vista

"Liberdade, Liberdade" vai falar sobre intolerância a homossexuais

Personagens de Ricardo Pereira  e Caio Blat vão se envolver amorosamente na trama das 23h escrita por Mário Teixeira

29/04/2016 - 04h04min

Atualizada em: 29/04/2016 - 04h05min


Ricardo Pereira (E) e Caio Blat vivem personagem que devem se apaixonar na novela

Exibida em um horário mais avançado da noite, a novela Liberdade, Liberdade não vai apenas falar sobre a luta contra as desigualdades do Brasil no século 19. A trama das 23h ainda vai retratar o preconceito sofrido por André, personagem interpretado pelo ator Caio Blat. Ele será discriminado em Vila Rica, cidade onde se passa o folhetim, por ser homossexual.

– O André é uma pessoa reprimida. Na verdade, ele só descobre que tem desejo por homens ao longo da trama – contou Blat à Folha de S.Paulo.

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André deverá se apaixonar pelo coronel Tolentino, vivido por Ricardo Pereira, homem pouco afeito a demonstrar afeto. Isso mesmo com as tentativas de seu pai, Raposo (Dalton Vigh), de despertar sua masculinidade pagando idas do jovem ao cabaré da cidade.

Diretor artístico de Liberdade, Liberdade, Vinícius Coimbra, diz que a hostilidade a André mostra como era a realidade do Brasil.

– Naquela época, os padrões da família eram absolutamente rígidos e tradicionais. A tendência da maioria era condenar um namoro entre pessoas do mesmo sexo. Essa relação vai mexer bastante com o povo de Vila Rica – afirma o diretor.

A inspiração para a relação entre André e Tolentino vem de O Segredo de Brokeback Mountain. Lançado em 2006, o filme ganhador de três Oscar, mostra a paixão de dois caubóis.

Não há qualquer promessa de beijo gay entre os atores ou cenas tórridas. Mas o diretor dá pistas de que, se puder, quer tocar a questão com tintas mais fortes do que as vistas ultimamente na TV.

– Particularmente, gostaria de lidar com esse lance homossexual de maneira mais explícita. Acho que o problema não é o que se mostra, mas como se mostra – garante Coimbra.

No que depender do autor, isso não será difícil.

– Minha novela tem as maiores excentricidades, até beijo heterossexual – brinca Mário Teixeira.


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