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Uai, tchê? Chico Pinheiro conta por que é uma mistura de gaúcho com mineiro

Em entrevista à coluna, apresentador do Bom Dia Brasil fala sobre suas raízes no Rio Grande do Sul e comenta suas máximas que caíram na boca do povo, como "Graças a Deus, é sexta-feira, é vida que segue!".

23/04/2016 - 12h00min

Atualizada em: 23/04/2016 - 12h01min


Flávia Requião
Flávia Requião
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"Coragem, porque hoje é segunda-feira", "Paciência, que hoje é terça-feira", "Hoje é quarta-feira! Suave na nave", "Calma que é quinta-feira", "Graças a Deus, é sexta-feira, é vida que segue!". O Bom Dia Brasil não seria o mesmo sem as máximas desse "mineirucho" descolado. Chico Pinheiro poderia ser apenas mais um apresentador de tevê cumpridor do seu papel, mas o jornalista, que faz 63 anos no dia 17 de junho, quer mais da vida e do seu ofício como comunicador.

– Passar essa mensagem de que a alegria só depende de nós – diz ele em entrevista por telefone, à coluna.

Mas por que Chico é um "mineirucho"?


Aqui Entre Nós – Eu estava pesquisando para entrevistá-lo quando, para a minha surpresa, descobri que você é gaúcho!
Chico Pinheiro –
Sim, de Santa Maria da Boca do Monte! Nasci lá no dia 17 de junho de 1953. Meu pai (Antônio, 92 anos) é fotógrafo e estava envolvido com um levantamento topográfico da região. Com três, quatro meses, já voltei pra Minas Gerais. O pai nasceu na divisa de Belo Horizonte com a Bahia, e a minha mãe, Esther (que já morreu), era mineira. Tive várias vezes no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, na Serra, na Fronteira, mas, para Santa Maria, nunca voltei, acredita? Ainda quero retornar.

Aqui – E lá se vão quantos anos de carreira?
Chico –
São 45 anos. A primeira vez que entrei em uma redação foi em 1971, como estagiário do Diário de Minas. Depois, fui pra sucursal mineira do Jornal do Brasil e atuei na chefia de reportagem da Globo Minas – isso, há 39 anos (na sequência, passou pela Band, Record e rádio CBN). Em 1996, voltei pra Globo, pro Bom Dia São Paulo e pro Bom Dia Brasil. E comandei, na GloboNews, o Espaço Aberto e o Sarau, que saiu do ar em dezembro.


Aqui – Dava pra ver o quanto você curtia fazer o Sarau. Sua relação com a música vem de anos?
Chico –
Gravei com amigos gaúchos como Yamandu Costa, Renato Borghetti e Kleiton & Kledir. A minha afinidade com a música começa desde pequenininho. A minha mãe tocava piano, músicas do Rio Grande como Prenda Minha, do tempo que eles moraram aí. Desde os meus dois anos, eu ouvia ópera em casa. Fui beatlemaníaco, vi nascer o Clube da Esquina. Depois que saí da Globo, em 1983, trabalhei na produtora Quilombo, que cuidava da carreira do Milton Nascimento, acompanhava gravação de discos, shows...

Aqui – Você não omite sua indignação diante de algumas matérias no Bom Dia Brasil. Como é a reação do público?
Chico –
Os meus comentários são perguntas que eu coloco: será que é possível as escolas estarem desse jeito enquanto os gabinetes estão bem-cuidados e com ar-condicionado? A indignação é resultado do que se assiste: não tá certo, tem que melhorar. É dever do jornalista interpretar o clamor do povo. É dever e um risco, mas tenho recolhido muito mais apoio do que mensagens de protesto.

Aqui – Pelas redes sociais?
Chico –
Pelo Twitter, @chico_pinheiro. Abro a discussão, mas tem que ser com respeito.


Aqui – Facebook e Instagram, não tem?
Chico –
Não, porque demanda muito tempo. Aí, se você não responde, é porque mudou, ficou antipático. Eu já tenho e-mails diários para responder que chegam a uns 200. Fora a minha paixão pelo Atlético Mineiro (que ocupa seu tempo), sou presidente de honra dos Consulados do Galo (grupos de atleticanos pelo mundo). Entro agora de férias e vou a Portugal para nos encontrarmos.



Aqui – E ainda tem a filharada toda para administrar!
Chico –
Sim, cinco filhos. Ana Catarina, que me deu um neto, Ian, Beatriz, os gêmeos, Pedro e Clarissa, e o caçula, Marcelinho. Filhos do meu primeiro e do meu segundo casamentos. Agora, estou casado com uma colega de jornalismo da Globo, a Leda Rielli.


Aqui – Vem o sexto filho por aí?
Chico –
Programado não está, mas é possível, sim.


Aqui – Como surgiu a ideia de incorporar ao Bom Dia Brasil sacadas como "Graças a Deus, é sexta-feira, é vida que segue!"?
Chico –
Quando eu apresentava o SPTV, em São Paulo, abria o telejornal muito pra cima. Até que, um dia, falei "Graças a Deus, hoje é sexta-feira" e teve uma repercussão imensa. Depois, em outra situação, discuti com um colega e fui pedir desculpas a ele, que me respondeu: "Deixa pra lá, Chico, é vida que segue". Adorei a frase, ficou na minha cabeça e acrescentei. Não sou locutor, talvez, não tenha aquele perfil de âncora, mas, ao vivo, sou muito parecido com o que se vê na televisão. Não sei fazer de outro jeito. Já o "Suave na nave" na quarta-feira nasceu a partir de uma conversa com um faz-tudo da Globo, um jovem de uns 20 anos. Perguntei a ele: "E aí, Jonas, tudo bem?", e ele me respondeu: "Como é que é, Chico, suave na nave?". Aí, falei no Bom Dia: "Como diz o profeta Jonas, suave na nave". Choveram telefonemas. Mas não é uma coisa programada, é natural, uma maneira de estreitar a relação com o público. Assim como as outras mensagens ao longo da semana, todas viraram uma forma de jogar fora tudo que está pesado. É um caminhar com fé, na esperança de que as coisas vão mudar com alegria e luz no coração.

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