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Entrevista exclusiva

Maitê critica preconceito: "Disseram que Dionísia maltrata o escravo, mas transa com ele, então, tudo bem."

Atriz fala sobre sucesso da personagem em Liberdade, Liberdade, conta que está empolgada com a sua estreia na cobertura das Olimpíadas e revela o pulo da gata aos 58 anos. 

30/07/2016 - 12h01min

Atualizada em: 31/07/2016 - 08h20min


Flávia Requião
Flávia Requião
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Aos 58 anos, Maitê Proença não se cansa de surpreender. A atriz rouba a cena na pele da Dionísia, de Liberdade, Liberdade, uma mulher sofrida, mas que fez sofrer também. No Extra Ordinários, do Sportv, deixa a audiência vidrada nas suas participações. Tanto sucesso levará a diva à sua estreia em cobertura de Olimpíadas, justamente no Brasil. Mas respira fundo que tem mais Maitê.


Aqui Entre Nós – Fazer Dionísia, que maltratava escravos, matou o marido (Terenciano, vivido por Jackson Antunes) após ele violentá-la e que, agora, está prestes a cair nos braços do Mão de Luva (Marco Ricca) faz você pensar sobre como a mulher tem se transformado ao longo do tempo? Hoje, como está essa mulher?
Maitê Proença – A mulher continua a ser subjugada. A escravidão que se perpetua ainda é a das mulheres e crianças, infelizmente. As mulheres do mundo todo ainda sofrem com prostituição, casamentos prematuros, trabalho forçado, têm filhos que não desejam e que não podem alimentar. Não possuem controle sobre seus corpos ou suas vidas, não recebem educação, não têm liberdade ou reconhecimento. São estupradas, espancadas e, às vezes, mortas com impunidade. Isso não acontece só no Oriente Médio ou na África, se dá aqui, ao lado de nossas casas.


Aqui – O que mais tem te impressionado em como o público enxerga a Dionísia?
Maitê –
Ela, desglamourizada, só se veste de preto e não tem qualquer trejeito de charme. Mata, chicoteia, é turrona, austera e seca, mas, por algum motivo, as pessoas a perdoam. No grupo de mulheres que a Globo usa como fonte de pesquisa, disseram que Dionísia maltrata o escravo, mas transa com ele, então, tudo bem. Isso prova que tem preconceito. Tentei não a fazer caricata, dar a ela uma humanidade, a seu modo. Deve ser isso que o público percebe.

Aqui – Ao mesmo tempo, você consolidou o seu espaço no Extra Ordinários de tal forma que vai cobrir as Olimpíadas! É a sua primeira vez, certo?
Maitê –
Sim! O Rio de Janeiro nunca esteve tão deslumbrante do ponto de vista da arquitetura urbana. A cidade mais linda do mundo ficou, agora, insuperável! O policiamento está muito reforçado, e já há turistas do mundo todo na cidade. Tenho ingressos para várias provas. Irei na abertura e em tudo o mais que puder. Estou animada à beça!


Aqui – Aos 58 anos, qual é o pulo da gata para esbanjar tanta beleza?
Maitê –
Vou levando um dia após o outro, faço poucos planos. Tenho muitos sonhos e projetos porque eles brotam do encantamento pelo entorno. Então, de uma forma muito sutil, acho que vou me amoldando até a hora que as coisas estejam prontas. Sem que me dê muita conta, isso inclui cuidados com a saúde e um olho aberto, apontado pra tudo à minha volta. Olhando pra fora, me preparo por dentro. É por aí...

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Aqui – Na revista Rolling Stone de junho, você disse: "Se eu soubesse como as coisas seriam hoje, não teria escolhido uma vida pública". Chega a se arrepender do estrelato que alcançou, e que profissão já se imaginou exercendo?

Maitê – Gosto da vida que tenho. Mas eu teria sido muito feliz como assistente social na África, ou trabalhando na Onu ao redor do mundo, como professora, em uma pequena comunidade de gente bem simples.

Mas e os fãs como ficariam sem Maitê?




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