Entrevista
Zeca Pagodinho brinca que só o que não ouve em casa são as próprias músicas: "Não aguento mais"
Sambista falou com exclusividade ao Diário Gaúcho, em seu sítio, em Xerém, sobre o lançamento da nova edição do "Quintal do Pagodinho"
Ao entrar no sítio de Zeca Pagodinho, em Xerém, distrito do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, a sensação que se tem é a de estar em um templo do samba nacional, um lugar especial para um dos nomes mais representativos do gênero no país. E é isso mesmo que o local representa. Ali, se respira samba.
Pois foi no local onde Zeca tem uma ampla casa, cria cavalos, bois, galinhas, toma a sua cerveja e, acima de tudo, recebe seus amigos, que o carioca de 57 anos gravou o seu novo projeto. O CD duplo e o DVD "Zeca Apresenta o Quintal do Pagodinho: ao Vivo 3" chega recheado de estrelas da música nacional como Paulinho da Viola, Maria Bethânia e Marcelo D2. Bem-vindo ao Xerém!
Elenco de primeira
O projeto, que chega na sua terceira edição, reúne um time estelar: Zélia Duncan (Jura), Roberta Sá (Água da minha sede), Fundo de Quintal (Vida da minha vida), Arlindo Cruz (Nunca mais vou jurar), Diogo Nogueira (Lama nas ruas), Maria Bethânia (Esse cara e Sonho meu, em parceria com Zeca) e um final apoteótico, com Paulinho da Viola (Coração leviano e Foi um rio que passou em minha Vida).
Convidados ilustres de Zeca: Juliana Knust, Ana Maria Braga, Chico Pinheiro e Cissa Guimarães
De olho no futuro
O evento também contou com a presença de celebridades da telinha como como Juliana Knust, Chico Pinheiro, Ana Maria Braga e Cissa Guimarães. Para o próximo Quintal, que já está sendo bolado, Zeca pretende convidar Chico Buarque, um tiro no alto, tendo em vista a dificuldade de incluir Chico em qualquer projeto.
Estilo de vida
O Quintal do Pagodinho foi idealizado por Zeca para mostrar a cara dos seus compositores de fé, aqueles que, disco após disco, o abastecem de sucessos. Neste time, estão Claudemir, Marquinhos PQD, Marcelinho Moreira, Pedrinho da Flor, Marquinho China e Claudinho Guimarães.
– Aprendi a valorizar os compositores com Beth Carvalho (que lançou Zeca no mundo da música), que faz isso há muito tempo. O quintal é o lugar onde a gente se reúne pra jantar, pra bater papo. Outro dia, vi uns vídeos antigos do Candeia na internet: tem sempre o panelão, um pé de galinha com inhame. É o estilo de vida do sambista – resume Zeca.
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Vacas magras
À vontade no seu ambiente, consagrado em todo país, com todo o patrimônio que conquistou ao longo de mais de 30 anos de carreira, Zeca não esquece os momentos de perrengue que passou. E lembra que a música esteve sempre presente:
– Quando eu lembro da minha infância, lembro que sempre tinha um som, uma cantoria. Minha mãe (dona Irinéia, 85 anos) lavava roupa cantando. Mesmo na maré braba, estava sempre cantando.