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Youtuber "Elzinga" faz sucesso satirizando costumes de cidades gaúchas

A impressão é que o humorista conhece os lugares como a palma de sua mão, quando, na verdade, nunca colocou os pés em boa parte deles

24/01/2017 - 15h45min

Atualizada em: 24/01/2017 - 16h05min


Formado em jornalismo na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e com uma experiência de três meses no Canadá, Diogo Elzinga retornou à Caxias do Sul no início de 2016 com a obrigação de arranjar um emprego. Depois de trabalhar oito anos numa metalúrgica, onde era criticado pelos superiores por fazer humor nas redes sociais – hobbie que poderia manchar o nome da empresa –, decidiu que teria uma ocupação diferente.

Lembrou que tinha uma câmera e sabia fazer roteiros, o suficiente para gravar um vídeo sobre as manias dos habitantes de Caxias, alvo preferido de suas piadas. Na primeira gravação, ensinou a falar o "caxiês", trocando o "ão" nos finais das palavras por "on", como no exemplo "caiu no chon". Em outro vídeo, ensinou a sobreviver na "Gringolândia", apelido dado pelos gaúchos à região colonizada por descendentes de italianos.

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Como as sátiras ao "gringo" repercutiram nas redes sociais, resolveu falar sobre a cidade vizinha de Bento Gonçalves para expandir a audiência. A ideia pegou. Cada vez que gravava um vídeo contando os costumes do povo de determinada cidade, recebia pedidos para fazer sobre outras. Foi assim que falou de Arroio do Sal, São Leopoldo, Gramado, Lajeado, Teutônia, Guaporé, Santa Maria e outras dezenas de cidades, memorizando um mapa do Rio Grande do Sul sem nunca ter percorrido o estado ou colocado os pés nesses lugares.

– Eu percebi que estava mexendo com a nostalgia, com o orgulho das pessoas – diz.

Para mostrar que sabe do que está falando e não decepcionar a audiência, vai reunindo informações de cada município numa planilha no computador. Suas fontes são os próprios seguidores na internet, que não são poucos: cerca de 340 mil fãs no Facebook. Nenhum vídeo é gravado sem checagem. Só cita o morador de rua conhecido em Garibaldi, por exemplo, quando muitas pessoas falaram sobre ele. O trabalho, garante, é jornalístico.

– Tu entra no TripAdvisor e ele te diz o que tu pode fazer na cidade. Mas nenhum site vai te dizer sobre os mendigos famosos da cidade, sobre o que as pessoas fazem – compara.

Apesar de os vídeos terem transposto o limite do solo gaúcho e avançado para cidades de Santa Catarina, onde morou com a família, o objetivo não é falar do Brasil inteiro. Nem fazer vídeos sob encomenda de alguma prefeitura – proposta que já lhe foi feita. Com o sucesso na internet, passou a ser contratado para apresentações no estilo stand up comedy, dinheiro que o mantém afastado da necessidade de um emprego formal e mais perto de um ideal: abrir uma produtora de vídeos e fazer curta-metragens. A vontade é cair na estrada, substituindo as opiniões de terceiros pela própria vivência.

– Em vez de falar das cidades, gostaria de viajar para Alegrete, por exemplo. Viajar, retratar as pessoas – sonha.

Produção Karine Dalla Valle

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