Cultura e Lazer



Véspera de feriado

Com Ludmilla no lugar de Anitta, Balada Loka será embalada por funk e sofrência em Caxias do Sul

Além da funkeira, as irmãs Simone e Simaria se apresentam nos Pavilhões da Festa da Uva

25/05/2017 - 07h00min

Atualizada em: 25/05/2017 - 07h01min


Diego Adami
Diego Adami
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Diogo Sallaberry / Agencia RBS
Dupla sobe ao palco para embalar o público com canções que vão de desilusões amorosas a farra e bebedeira

Com Ludmilla no lugar de Anitta, a Balada Loka promete agitar a véspera de feriado na Serra com muito funk e a sofrência das irmãs Simone & Simaria. A cantora foi escalada de última hora para o show desta quinta-feira, nos Pavilhões, para cobrir a ausência de Anitta, que cancelou a vinda a Caxias para cumprir agenda nos Estados Unidos, incluindo a participação no badalado programa de Jimmy Fallon, ao lado de Iggy Azalea, com quem acaba de lançar o single Switch.

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O aquecimento fica por conta de Joel Carlo e Projeto Eletrosax após a abertura dos portões, às 21h. Dupla sensação do momento, as baianas Simone & Simaria sobem ao palco à meia-noite para embalar o público com canções que vão de desilusões amorosas a farra e bebedeira, passando por traição e amores não correspondidos. Ou seja: no melhor clima dor de cotovelo.

O show segue praticamente o roteiro do DVD Ao Vivo em Goiânia, lançado pelas Coleguinhas em 2016. O set list contempla os principais hits das artistas, como 126 Cabides, Meu Violão e o Nosso Cachorro, Quando o Mel é Bom, Duvido Você Não Tomar Uma e Chora Boy. Há ainda participações "virtuais" de Jorge & Mateus, em Amor Mal Resolvido, e Anitta, que mesmo não vindo a Caxias aparecerá no telão na dançante Loka.

A reportagem assistiu ao show das irmãs em Santa Maria no dia 13 de abril. Naquela ocasião, o repertório contemplou ainda canções de outros artistas, como as sertanejas Homem de Família (Gusttavo Lima), Medo Bobo (Maiara & Maraísa), Ainda Ontem Chorei de Saudade (João Mineiro e Marciano), É o Amor (Zezé di Camargo e Luciano), Bebo pa Carai (Gino & Geno) e outras inusitadas, como Deu Onda (MC G15) e Não me Deixe Sozinho (Nego do Borel).

Entre uma e outra, frases dignas de para-choque de caminhão: "Hoje eu não tô boa pra beber. Eu tô excelente", "O mundo não gira. Ele capota", "O coração apronta e o fígado é que paga a conta" e "Eu bebo pra esquecer, mas daí eu me lembro".

Ludmilla se apresenta na sequência, embalada pela recém-lançada Cheguei e de sucessos como Hoje, 24 Horas por Dia, Sou Eu, Bom e Te Ensinei Certin.

– Acho que a batida conta muito – disse em entrevista por email ao Pioneiro quando questionada sobre os ingredientes indispensáveis em um hit.

Rodolfo Magalhães / Divulgação
Ludmilla se apresenta na carona da recém-lançada

ENTREVISTA
"Ser diferente é maravilhoso e único", diz Ludmilla

Pioneiro: No clipe de Cheguei você contracena com diversas drag queens. Como foi a ideia para esse roteiro?
Ludmilla:
A minha relação com os fãs LGBTS é de muito amor e respeito, sempre penso neles quando produzo as minhas músicas. O clipe de Cheguei está maravilhoso, fiquei muito feliz com a proposta e resultado. Foi gravado em um clima totalmente descontraído, meio universitário em uma escola de São Paulo. O tema é diversidade, mostrar que ser diferente é maravilhoso e único. E que respeitar essas diferenças é mais maravilhoso ainda.

Como encara as críticas? Do que você não abre mão, apesar da fama?
Críticas sempre vão ter, algumas servem para você melhorar, outras é melhor ignorar. Não abro mão de reservar um tempinho aos meus amigos e família. Ficar em casa com quem se ama é uma delícia.

Como lida com a expectativa sempre quando vai lançar uma nova música?
A gente sempre quer se tornar uma artista melhor, mais completa e que nosso trabalho agrade ao público. A expectativa sempre é grande, mas eu amo esse friozinho na barriga antes de um lançamento.

Se não fosse cantora, seria...
Jogadora de futebol eu acho (risos)

Que sonhos já realizou através da música e quais ainda pretende realizar?
Hoje eu posso proporcionar mais segurança e conforto à minha família. Acho que essa foi a minha maior conquista. Meu sonho atual seria gravar um DVD.

Diogo Sallaberry / Agencia RBS
As irmãs Simone (E) e Simaria conversaram com o Pioneiro antes do show em Santa Maria, em abril

"A gente canta a realidade do Século 21", afirma Simone

Pioneiro: Como avaliam a ascensão das mulheres num meio majoritariamente dominado por vozes masculinas?
Simaria:
A gente já respondeu isso umas quantas milhões de vezes, hein, Simone? Cara, eu acho que é uma pergunta meio maluca porque, na verdade, as mulheres já vêm fazendo sucesso há muito tempo. Tantas mulheres que já faziam sucesso antes da gente... As Irmãs Galvão, As Marcianas, Roberta Miranda, Sula Miranda, um monte de mulher que era do sertanejo, aí veio Ivete, Cláudia Leitte, Anitta. A gente veio aparecer no Brasil depois que Anitta já estava fazendo sucesso. A mulherada sempre esteve presente.

Simone:
Como foi uma fase em que várias estouraram de uma vez, a galera fica com aquela coisa (de que é novidade). Mas a mulher já vem nesse meio há muitos anos.

Muitas letras faram de farra, bebedeira, traição e dar o troco. Seria uma resposta aos homens?
Simaria:
A gente está (cantando) exatamente como as mulheres estão. Antigamente, a mulher ficava dentro de casa lavando roupa, submissa ao marido. Não é que a gente fica empoderando as mulheres. A gente está cantando exatamente como as mulheres são no Século 21.

Simone: A mulher trabalha, cuida de filho, de marido. Se ela quiser beber hoje, ela pode beber e está tudo igual. A gente canta isso, a realidade do Século 21.


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