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Estrelas da Periferia

Conheça o músico da Vila Farrapos que faz rock instrumental

Michael Mouse, 25 anos, já gravou um EP, só com faixas instrumentais, compostas por ele. 

05/09/2017 - 07h00min

Atualizada em: 08/09/2017 - 13h43min


José Augusto Barros
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Maicon: na estrada há 10 anos

Aos 15 anos, Maicon Samuel Silva de Carvalho Strogulski, ou Michael Mouse, seu nome artístico, começou a tocar guitarra, inspirado em nomes como Slash, Joe Satriani e Yngwie Malmsteen. Hoje, 10 anos depois, aos 25, está em carreira solo e tem um EP gravado com canções próprias, todo instrumental. Esta poderia ser a história de vários jovens de classe média alta, que fundam uma série de bandas no país todos os anos. Mas não é.

Michael é morador da Vila Farrapos, na Zona Norte de Porto Alegre, e cresceu no meio de amigos que cantavam funk, pagode e rap.

– E gosto desses três gêneros. Cresci em uma vila onde predomina esse tipo de som. Não sou como muitos roqueiros que detestam esse tipo de música – comenta Michael, que revela um detalhe curioso de quando começou a gostar desse gêneros:

– Por eu ser o roqueiro da vila, era deixado de lado. Quando comecei a tocar violão, passei a “tirar” funk e rap. Daí, meus amigos passaram a me olhar diferente. Diziam “bah, o cara toca Racionais no violão” (risos).

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Instrumento salvou

O fato de gostar e de tocar rap salvou Michael de um assalto, aliás. Há cerca de nove anos, quando integrava uma banda, ele caminhava pela Vila Farrapos com seu violão, à noite. Ao entrar em uma viela, deparou com um grupo de jovens.

– Eles me disseram: "toca um som aí, cara". Mas senti que me assaltariam. Então, toquei Vida Loka 1, dos Racionais, e adaptei os nomes deles na canção. Eles acharam massa. E me liberaram – relembra, aliviado.

Seu primeiro EP, A Saga Continua, com cinco faixas - todas com letras em inglês, compostas pelo próprio artista -, foi lançado em março deste ano, no Gravador Pub, no Bairro Floresta, na Capital. Como faz um som diferente do que as casas noturnas do gênero costumam tocar, Michael reconhece as dificuldades de engrenar uma agenda de shows forte.

– Tem gente que acha que é uma loucurada, tipo o som do Steve Vai (guitarrista norte-americano considerado um dos melhores do mundo). Mas cada guitarrista tem seu estilo. Uns são mais temáticos, como é o meu caso – explica.

Michael já pode dizer que passou por boas experiências em suas apresentações:

– Recentemente, fiz um show em Butiá que foi bem-aceito, a galera curtiu as músicas próprias. Por ter um repertório mais pesado, achei que a canção Waiting For You seria rejeitada. Mas, enquanto eu tocava essa faixa, os casais dançavam, abraçadinhos (risos). Os próximos passos, ele adianta, são regravar a música 703 – Vila Farrapos, com um clipe:

– O pessoal gosta bastante dela.


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