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Falando de Sexo

Efeitos do abuso na vida adulta

Traumas podem persistir ao longo da vida e precisam ser tratados

02/11/2017 - 20h00min

Atualizada em: 03/11/2017 - 12h17min


Andrea Alves
Lúcia Pesca
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Tenho 24 anos e fui abusada na minha infância por um primo da minha mãe. Cada vez que falo nisso, fico extremamente abalada: me dá tremor, suor nas mãos e uma profunda tristeza. À noite, tenho pesadelos em que estou sempre fugindo. Meu namorado diz que eu não relaxo na hora do sexo. Tentei falar com a minha família, mas dizem que eu posso estar enganada.

Na dinâmica do abuso sexual infantil, acaba sendo comum que ocorra a negação ou a dissociação, o que contribui para a perpetuação da violência, impedindo a sua revelação e fortalecendo o que chamamos de "síndrome do segredo familiar". Está ligada à psicopatologia do agressor (pedofilia) que, por gerar intenso repúdio social, tende a se proteger em uma teia de segredos, mantidos com base em ameaças à vítima.

Diante da revelação do abuso, especialmente quando o agressor pertence à família, a convivência de todos ao redor é abalada, desencadeando uma crise que produz culpa e vergonha nos familiares.

A forma como o clã acolhe o relato da vítima é determinante no desenvolvimento de psicopatologias e alterações no comportamento.

Comportamento

Quando se acolhe, demonstrando acreditar no relato da criança ou do adolescente, a vítima se sente fortalecida e os impactos da violência tendem a ser menores. Caso contrário, ela fica insegura e vulnerável.

E sofre os efeitos na vida adulta, como ansiedade, sintomas depressivos, sentimentos de culpa, vergonha, ódio, medo, raiva, tendência suicida, baixa autoestima, comportamentos agressivos e regressivos, isolamento social e comportamento sexual inadequado, entre outros. Busque a terapia.

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Dúvidas e sugestões, escreva para falandodesexo@diariogaucho.com.br


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