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Coluna da Maga

Magali Moraes e o peso das notícias

22/01/2018 - 10h00min



Miguel Neves / Divulgação

Alguém aí já reclamou de um dia difícil no trabalho? Daqueles onde tudo sai errado, a gente se incomoda, se frustra e volta pra casa com um peso enorme nos ombros? Sempre que isso acontece comigo, eu agradeço por não trabalhar com nada que envolva desgraças. Na agência, por mais que as urgências pareçam caso de vida ou morte, é apenas pressão. Não é sangue real. Ninguém morre de fato. E a gente aprende a se blindar. 

Aqui no DG, eu mantenho distância de assuntos ruins pelo simples fato de que tenho liberdade de escolher temas agradáveis pra escrever. Que sortuda eu sou. Pensei nisso ao ler as matérias sobre o tal ritual de magia negra envolvendo crianças. Por que fui ler esse peso todo em plenas férias? Masoquismo ou necessidade de entender até que ponto vai a loucura humana? A gente lê, mas não entende. Meu estômago já estava estranho, só aumentou o embrulho. 

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Ir a fundo

Por isso, resolvi dedicar a coluna de hoje aos colegas jornalistas que cobrem as notícias policiais. Como ter um dia leve? É tanta barbaridade pra transformar em notícia. Ir a fundo investigar assuntos que acabam com o bom humor. Pra que os leitores se informem, os repórteres frequentam lugares que não iriam por livre vontade. Falam com suspeitos, vítimas e tipos perigosos que evitariam se pudessem escolher. Editores também têm sangue de barata. E os fotógrafos policiais, que são obrigados a dar zoom nas desgraças da vida? É uma pauta que já nasce sofrida.

Faz parte do trabalho, eu sei. Só me deu vontade, como leitora, de agradecer o empenho de vocês. Se o meu estômago revirar lendo sobre as atrocidades que o ser humano é capaz de cometer, tenho a opção de interromper a leitura. Vocês precisam ir até o fim, checar fatos e esmiuçar cada detalhe de crimes e tragédias. Ainda mais no Brasil. Agora lembrei da editoria de política. Taí outros guerreiros que já se acostumaram a investigar uma desgraça atrás da outra.  





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