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Estrelas da Periferia

Kynto Elemento: quase duas décadas de rap de raiz

Mesmo com dificuldades, grupo de Canoas não se afasta das origens e sonha com lançamento do primeiro disco

27/03/2018 - 07h00min

Atualizada em: 29/03/2018 - 16h01min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Robinson Estrásulas / Agencia RBS

Fundado em 1999, o grupo Kynto Elemento, do Bairro São Luiz, em Canoas, orgulha-se de se manter na estrada, fazendo um rap de raiz, consciente, de protesto. Mesmo em meio a muitos dificuldades neste tempo, como lembra um dos MCs, Alemão do Elo:

— Por questões familiares, tivemos algumas interrupções no grupo. Mas nunca deixamos que os problemas nos afetassem, sempre mantivemos vivo o sonho de fazer hip hop. Acreditamos muito na revolução através das palavras. 

Por terem sido criados em bairros com altos índices de violência, os rappers tentam levar bons exemplos para os jovens de suas comunidades. Principalmente porque acabam "concorrendo" com outras ofertas, como a entrada no tráfico de drogas.

— A gente sabe que existe muita coisa ruim para desencaminhar a gurizada. Então, tentamos servir de estímulo para eles — afirma Nego Neco, outro dos MCs. 

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Evolução

Presença constante em eventos beneficentes na Região Metropolitana, o grupo, atualmente, segue investindo em um rap de protesto, mas com uma diferença.

— Seguimos com um rap forte, mas bem para frente, mais alegre. Um som crítico, mas maduro — afirma Alemão.

A banda tem como inspirações nomes clássicos do gênero 

no país, como Racionais MC’s e Thaide. Alemão lembra, também, de artistas importantes que difundiram o rap por aqui:

— Mano Délcio e Brother Neni não cantavam, mas tocavam o som da galera nova do rap em festas, sempre deram apoio. É na fonte deles que bebemos.

Mesmo com tanto tempo de estrada, o grupo ainda não lançou o tão sonhado primeiro EP. Nos próximos meses, eles pretendem finalizar a gravação do disco, que deve trazer faixas como Ritmo e Poesia, que entrou no ar no YouTube do grupo no domingo passado.

— Seguindo exemplos de rappers que batalharam e se deram bem, conseguiremos nosso espaço — finaliza Alemão.

Pitaco

Adriano Brasil, produtor artístico, fala sobre o trabalho do grupo Kynto Elemento:

— Muito bom ver que grupos de rap ainda fazem um som de protesto, mais forte, que lembra as origens do gênero.  E o profissional dá a sua dica:

— Na medida de suas possibilidades, devem investir em boas gravações. 

Ainda integra o grupo o rapper Cristiano. 

— Para falar com o Kynto Elemento, ligue para 99266-3173.

— Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.



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