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Estrelas da Periferia

Funk dançante com os dois pés na comunidade: conheça MC Aleh do Iapi

Funkeiro de Porto Alegre já fez shows fora do Estado, mas mantém sua raiz no Bairro, onde é um responsáveis por evento comunitário. 

17/04/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Félix Zucco / Agencia RBS
DJ 25 (esquerda) e Aleh

Aos 12 anos, Aleff Adriano Lima começou a pegar gosto pelo funk em rodas de rima do gênero, um dos eventos mais característicos do funk. Na época, ele morava no Bairro Iapi, mas ainda nem imaginava que viria seguir carreira no meio musical.

Assim, rodava a cidade em busca de rodas de rima.

— Foi quando eu peguei gosto pela coisa. Naquela época, o funk não era o meu meio de trabalho e ainda tinha muito preconceito. Lembro que uma das primeiras vezes que rimei foi, justamente, em uma festa no Iapi. Saí cantando e gostei — comenta o hoje MC Aleh do Iapi, 23 anos, que está morando no Bairro Rubem Berta, na Zona Norte.

Ainda assim, ele mantém fortes os laços com o bairro em que nasceu e foi criado.

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Caminho

Em 2013, Aleh começou a notar que o funk crescia no país, e que o preconceito, por consequência disso, diminuía. Dois anos, ele percebeu que a sua vida também mudava. Ao lançar a faixa Nosso Plano, gravou vídeos de divulgação e postou em seu Facebook. 

A música viralizou, e ele recebeu pedidos de apresentações em  Santa Catarina, no Rio de Janeiro e até em São Paulo. 

— Foi um período muito legal! Consegui fazer shows nesses Estados, mostrando o nosso funk — comemora.

Ao mesmo tempo, também passou a ser um dos organizadores de um dos mais tradicionais eventos do seu bairro. A Fogueira do Iapi celebra a festa de São João.

— A maior parte dos artistas que participam do evento é do Iapi. Virou um dos grandes eventos da região com recreação para a criançada, comida e shows — diz Aleh.

Depois de lançar a faixa Nosso Tempo, um funk mais leve como ele define, Aleh, acompanhado de seu fiel escudeiro, DJ 25, se deu conta de que o funk ganhava novos contornos. E ia para dois caminhos: ou o chamado proibidão (com apologia ao crime) ou os que têm letras cheias de malícia.

— Não peguei o caminho do proibidão, não é a minha. E um pouco depois, do ano passado para cá, nomes como o Kevinho (do hit Ta Tum Tum, gravado com Simone & Simaria) e G15, da canção Deu Onda, começaram a fazer sucesso com um funk para a mulherada dançar. Com pequenas pitadas de ousadia. Achava que o meu caminho podia ser esse — afirma.

Sem limites

No começo deste ano, Aleh gravou seis faixas e, novamente, fez pequenos vídeos para divulgá-las no Facebook. Antes mesmo do lançamento oficial que ainda nem aconteceu, em seu canal, no YouTube, Uma de Cada Vez caiu no gosto de fãs de lugares tão distantes de sua região como Bagé.

— Fiz show para 2 mil pessoas em Bagé, neste ano, e a galera cantava essa música do começo ao fim. Isso que ela não foi lançada ainda! Temos que tocar o que pessoal quer ouvir. Mas, claro, sem fugir da minha raiz. Avisa aí que eu tenho algumas faixas mais leves prontas para sair — deixa o seu recado o funkeiro.  


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