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"Parecemos pinto no lixo quando estamos em Porto Alegre", diz Leo, da dupla com Victor

Sertanejos fazem show na noite desta sexta (20), no Teatro do Bourbon Country

19/07/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Divulgação / Divulgação
Victor (esquerda) e Leo (direita):

É quase sagrado. Ao menos uma vez por ano, desde que ganharam o país, os irmãos Victor & Leo fazem show em Porto Alegre. Na noite desta sexta (20), os porto-alegrenses terão mais uma oportunidade de conferir a mescla de música sertaneja, pop e folk que os mineiros promovem, no show da nova turnê, Na Luz do Som. Em entrevista por telefone, Leo, 41 anos, comenta que a afinidade da dupla com o povo gaúcho vem, principalmente, da época que os eles estouraram no país, entre 2007 e 2008.

— A gente se afina muito com o público gaúcho, pois você valorizam muito a sua cultura, coisa que a gente acredita que seja essencial. Nós, assim como os gaúchos, buscamos aquilo que é essencial e visceral na música. Eu e Victor parecemos pinto no lixo quando estamos em Porto Alegre (risos) — afirma Leo.

Mistura

No show, os sertanejos apresentam canções que os deixaram conhecidos em todo o país, como Fada, Vida Boa e Borboletas, e ainda mostram as mais recentes faixas, como a canção que dá nome à turnê e ao álbum.  

— Além de ser uma obra que nos representa muito bem em sentidos diversos, desde sua construção, força e tema, também tem o nome daquilo que acreditamos ser o verdadeiro poder de uma canção: dar cor e luz a um momento — afirma Victor. 

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Leo, durante a entrevista, lembrou da participação da dupla no Planeta Atlântida, em 2009, afirmando que a dupla, desde o começo, queria quebrar barreiras e promover uma "miscigenação artística", como ele define:

_ Foi uma honra ter participado do Planeta, ter quebrado essa barreira. Nosso show sempre será universal, cantamos de tudo, e acredito que criamos um estilo próprio.  

"A mistura quebra a ideologia bairrista que reina no país"

Hoje, o sertanejo vive um momento em que cantores gravam com artistas de outros gêneros. Como vê isso?

Leo — Desde o começo de nossa trajetória, eu e Victor caminhamos em uma mistura musical. Hoje, você mistura muito: é o sertanejo que grava com o cara do pagode, que grava com o cara do axé e por aí vai. E eu vejo com bons olhos, pois quebra essa ideologia bairrista que reina no país, sabe? Isso não tem sentido. Claro, desde que não se perca a essência da música. 

Alguns nomes de destaque no momento, como Thiago Brava, fazem uma mistura dentro de sua própria música, introduzindo elementos do reggae. Quando vocês ganharam destaque, já misturavam pop, sertanejo e folk, por exemplo...

Leo — É um sertanejo mais modernizado. Nós sempre tivemos influências de nomes da música nordestina, como Zé Ramalho e Alceu Valença. Seguindo, a gente bebe na fonte de Chitãozinho & Xororó, que, aliás, trouxeram uma identidade mais moderna para o sertanejo. Fomos por aí, criando e colocando um pouco da identidade internacional que nos influenciou, com elementos de folk, blues, e country. 

Como vocês acompanham a profusão de surgimento de novos nomes na música sertaneja?

Leo — Eu vejo alguns artistas surgindo e percebo um movimento feminino muito forte nos últimos anos, puxado pela Marília Mendonça. Acho que ela volta um pouco no tempo que a Roberta Miranda ganhou destaque (nos anos 80), falando de romantismo no dia a dia. Acho muito interessante o trabalho que a Marília faz, porque sai um pouco do sertanejo que a gente vinha vendo nos últimos tempos, era muito repetitivo, industrial, pouco produzido, pouco elaborado. O sertanejo dela é bem elaborado e simples. 

Também gosto bastante do Tiago Iorc, vem fazendo uma música sensacional, com conteúdo interessante. A música não pode cair em uma coisa industrial, a arte não pode perder sua essência. Precisamos sair desses vínculos industriais que vem se formando nos últimos anos.

Serviço

O que: show de Victor & Leo

Quando: nesta sexta (20), a partir das 21h

Onde: Teatro do Bourbon Country, Túlio de Rose, 80

Quanto: ingressos a R$ 165 (galeria mezanino), R$ 180 (galeria alta), R$ 230 (mezanino I e plateia alta I), R$ 260 (plateia baixa I) e R$ 380 (camarote), à venda na Hits Store do Shopping Iguatemi, João Wallig, 1.800 e na bilheteria do próprio teatro. 



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