Mudança no ar
Tecnologia que ajuda: confira cinco comunicadores da 92 que ficaram conhecidos do público
Nomes como Mari Araújo, Rodrigo Adams e Adriano Domingues viraram caras conhecidas do público, com a ajuda das redes sociais
Tempos atrás, quando se falava nas estrelas do rádio, a curiosidade era a sempre a mesma: como será a "estampa" por trás daquele vozeirão? Hoje, megaconectados, os comunicadores já não conseguem mais se "esconder" atrás do microfone, nos estúdios.
Com transmissões ao vivo e, principalmente, com as redes sociais, viraram velhos conhecidos do público em "som e imagem". Nas ondas do FM, a nova geração ganha força na 92 (92.1 FM).
Redes que aproximam
Aos 28 anos, atuando desde 2012 em rádio, Mari Araújo, além de comunicadora, é quase uma digital influencer, de tão ativa que é nas redes sociais. Essa carinha de guria que representa as novas gerações na 92, cuida de toda a parte digital da rádio: redes sociais, site e aplicativo e fala com propriedade do novo momento, justamente por ser uma nativa do ambiente digital:
— Antigamente, os comunicadores viam a internet como concorrente. Eu sentia isso, quando comecei em rádio. Hoje, as redes são aliadas do rádio, pois a gente consegue se comunicar com o ouvinte mais rapidamente. Hoje, consigo feedback dos ouvintes na hora, em tempo real — relata, para completar:
— As redes fazem com que a gente fique mais próximo do ouvinte, pois a gente consegue mostrar o nosso rosto. O ouvinte te conhece e cria afinidade por meio das redes.
Mulherada se socorre de dicas com ela
Mari, que foi homenageada por alguns fã-clubes, sendo o principal o Mari Araújo Nossa Rainha, também usa as redes para dar dicas para a mulherada, tanto de moda quanto de beleza. Entre os posts mais curtidos de seu Instagram, ela relata, estão os que ela posta seu look do dia.
— A mulherada pede dica, opinião sobre um corte de cabelo que elas querem fazer. E sempre chamo as pessoas para as redes da rádio. E, quando ouvintes me encontram na rua, comentam: "Ah, te conheço do Insta, lembra de mim? Te sigo no Insta, mas ouço teu programa". Já existe essa relação automática na cabeça deles — completa.
Mari nas redes
— No Insta, mais 18 mil seguidores.
— No ar: Conecte 92, segunda a sexta, das 10h ao meio-dia e das 17h às 18h.
— Top 15: de segunda a sexta, das 18h às 19h.
— Domingão das Patroas: domingo, das 15h às 18h.
Redes que aproximam
Ao lado de Martin TJ, Adriano Domingues, 48 anos, sendo 31 de rádio, é da geração que assiste de perto a transição dos comunicadores de rádio "mais da antiga", para os da atualidade, de exposição quase diária em redes sociais.
— Antigamente, as pessoas trabalhavam muito com o imaginário, ouviam a voz (do locutor) e tentavam imaginar como seria aquela pessoa. E cada pessoa te imaginava de um jeito diferente: uma achava que eu era um loiro de olhos azuis. A outra, um moreno, alto, bonito e sensual (risos) — conta.
Facilidade na comunicação
Adriano, que sempre teve o nome conhecido em festas da Capital, conta que, na época que começou no rádio, não havia outra maneira de matar a curiosidade sobre os comunicadores, a não ser indo em uma festa na qual eles tocavam como DJ. Já nos dias de hoje...
— Hoje, as redes sociais aproximaram muito o comunicador do seu ouvinte. Eu procuro e gosto de mostrar para o ouvinte um pouco dos bastidores, do estúdio da rádio, de como é nosso trabalho — afirma.
Se, antes, Adriano era reconhecido somente nas festas que discotecava, hoje, o cenário é bem diferente. Com a exposição que teve por conta da inauguração da rádio, nas mídias sociais, na tevê e nos jornais, ele conta que é mais reconhecido pelo público:
— Noto que as pessoas me reconhecem mais e isso é muito bom, principalmente quando falam que admiram o meu trabalho. Não tem coisa melhor para um comunicador saber que mudou o dia de uma pessoa através de uma palavra, da animação que passou, do teu (bom) humor no rádio.
Adriano na rede e no ar:
— No Instagram, com mais de quatro mil seguidores.
— Comanda o Manhã Mais 92, de segunda a sexta, das 6h às 10h
Comunicador tem que ser virar nos 30
Desde 1989 com a "latinha", como o microfone é conhecido nos bastidores do rádio, Martin TJ lembra que, quando começou, o ouvinte tinha que usar a imaginação para associar o rosto do comunicador à sua voz. Aos 46 anos, ele aponta uma diferença fundamental em termos hiperconectados e no qual profissionais precisam desempenhar várias atividades em plataformas diferentes.
— Naquela época, o comunicador tinha que ser bom no microfone. Hoje, além do microfone, precisa ter desenvoltura em frente às câmeras. Com a internet, tudo mudou. Antes, o ouvinte fazia contato através do telefone fixo, carta ou por fax. Hoje, com as redes sociais, é tudo instantâneo. Programas são feitos ao vivo no Facebook ou Instagram com o ouvinte interagindo na hora. E eu acho isso maravilhoso — comenta Martin, que já passou por experiências como fazer uma live (transmissão ao vivo via Facebook) com o cantor Daniel, quando ele esteve em Porto Alegre, em abril, para o show Eles Estão de Volta.
Experiência inédita
Atualmente, Martin acredita que, nas eras digitais, o rádio está se reinventando, e afirma que, em 29 anos de profissão, "nunca havia passado por isso":
— A (rádio) 92 é muito forte nas redes sociais, o que nos aproxima muito dos ouvintes. Somos reconhecidos na rua, numa ida ao súper ou ao shopping. Tem vizinho que me encontra no elevador e diz "te vi na tevê, quer dizer que agora tu trabalha em rádio?" (risos, em analogia aos comerciais da rádio que aparecem na RBS TV).
Martin na rede e no ar
— No Instagram, com mais de 3,3 mil seguidores
—Comanda o Discorama 92, de segunda a sexta, ao meio-dia.
Adams, gente como a gente
Rodrigo Adams já era uma cara conhecida em outra rádio de entretenimento do Grupo RBS, a Atlântida, com participações em programas como o Bola nas Costas, por exemplo. Porém, ao estrear na 92, em abril, viu que "uma galera nova", que não acompanhava seu trabalho, passou a segui-lo nas redes sociais.
— Quando eu entrei na Atlântida, em 2015, eu tinha 800 seguidores no Instagram. É impressionante como a rede social cresceu e isso ajuda a difundir o meu trabalho. A chegada da 92 agregou ainda mais — afirma Adams, 36 anos, três anos de rádio.
Nada de endeusamento
Adams, que virou uma cara conhecida em festas e eventos na Capital, comenta que o fato de o comunicador de rádio ter virado uma cara conhecida dos ouvintes e internautas é reflexo do consumo das pessoas.
— O público quer gente igual a ele, não quer um cara em um totem. Acredito que essa relevância que atingimos é baseada nessa semelhança entre comunicador e audiência. Por estarmos conectados, eles observam a nossa rotina e, de certa forma, participam dela. A minha vida é igual a deles. Isso acaba dando legitimidade. Tudo o que o ouvinte quer é carinho e astral bom — sustenta.
Adams conta que o reconhecimento do público vem no dia a dia, em tarefas simples, como quando passeia com seu cachorro, Elvis. E isso o deixa feliz, e ciente de sua responsabilidade:
— Gosto muito quando estou passeando com o Elvis, e a galera vem falando dele, que curte a simpatia dele (e do dono). Eu fico muito feliz sempre com qualquer interatividade. Até mesmo as negativas, elas também ensinam.
Rodrigo Adams na rede e no ar
— No Insta, com mais de 62 mil seguidores
— Na 92:
—#TardeMais92, de segunda a sexta, das 14h às 16h.
—Sextou 92, sexta, das 22h até a meia-noite.
Capu, multiplataforma e pé no chão
Aos 33 anos, Capu considera que as redes sociais, atualmente, são, praticamente, uma extensão de rádios, da televisão e dos jornais.
— Hoje, não adianta mais a pessoa estar só em um meio. Considero o Instagram, por exemplo, uma extensão do meu programa. E isso rola há anos, desde que eu fazia o Rádio Kzuka, na Atlântida. Eu produzia todo o programa em cima do Orkut — relembra o comunicador, que entrou no mundo do rádio em 2006.
Capu, como Mari Araújo, porém, é quase um fenômeno à parte no rádio de entretenimento do Rio Grande do Sul. Hoje, tem oito fãs-clubes oficiais. De todos estes fã-clubes juntos surgiu mais um, que junta todos, o Capuzeiros do Bem, que auxilia o comunicador a produzir e organizar eventos beneficentes, como uma oficina comunitária para DJs, que ele promove seguidamente. E, mesmo com essa popularidade, o cara é muito humilde e pé no chão, ao comentar esse fenômeno.
— Atualmente, a regra se inverteu: quanto mais íntimo o "ídolo" é do fã, mais fã ele é do cara vai ser. Os meus fãs, eu considero como amigos. Cara, eu dependo muito mais dos meus fãs, do que eles de mim. Eu sou mais fã deles do que eles são meus fãs — comenta, para completar:
— A rede aproximou os comunicadores do público. Antigamente, existia tipo uma idolatria, mas o cara era inalcançável. Hoje, o que faz ser fã é sentir o dia a dia do "ídolo", poder ver o cara no shopping, fazendo um vídeo e perguntando, ao vivo, que tênis vai comprar, por exemplo. Isso aproxima o fã.
Fã e amigo
A relação de Capu é tão intensa com seus fãs que a fundadora do fã-clube BGSCapu, Steffany Santos, criado em 2009, organizou um aniversário surpresa para o comunicador, no ano passado.
— Ela fez os preparativos em parceria com a minha mãe. Claro que isso não acontece com todos, mas a gente tem uma relação de amizade com vários fãs. Minha ideia é mostrar que eles estão fazendo aquilo comigo, quando entro no ar, faço live, vídeos. Quero que eles sintam o mesmo tesão que eu sinto, que saibam que são responsáveis por aquilo _ afirma Capu.
Capu na rede e no ar:
— No Insta, mais de 41 mil seguidores.
— Na 92:
— Hora Mais: das 19h às 20h, de segunda a sexta-feira.
— 92 Mais Sertaneja: das 20h às 21h, de segunda a quinta-feira.
—92 Mais Balada: das 22h até a meia-noite, de segunda a quinta-feira.
— Pilhadeira92, das 20h às 21h, sexta-feira.
— Woods92, sábados, das 22h até a meia-noite.