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Estrelas da Periferia

Com MC Thiaguinho do Morro, a chapa esquenta

Músico da Zona Sul divide o seu tempo entre um restaurante e o funk. Seu sonho é morar em São Paulo

04/09/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Thiaguinho começou na música aos 13 anos, cantando rap

 Aos 34 anos, Thiago Chagas Silveira, o MC Thiaguinho do Morro, divide o seu tempo entre a função de chapista, no restaurante da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), na orla do Rio Guaíba, e o funk. Na correria, ele conta que não tem nem tempo de falar muito sobre música com os colegas de trabalho.

— Trabalho no restaurante das 8h às 16h. Nem consigo fazer rima entre uma virada na carne e outra — brinca.

Morador da Zona Sul, ele começou na música aos 13 anos, cantando rap. 

— Eu tinha duas opções: a música ou o crime. Optei pela música, que me resgatou. Mas fico triste ao constatar que perdi amigos para a guerra do tráfico de drogas — lamenta.

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Consciente

Quando ainda fazia rap, abriu shows em Porto Alegre de referências do gênero como Racionais MC's. Por problemas pessoais, deixou a música em 2009 e, após um longo período, decidiu retomar os trabalhos em 2017, com outro gênero.

— O funk se expandiu muito — explica, antenado.

Em uma de suas primeiras canções, Minha Paquera, Thiaguinho  homenageia uma amiga sua.

— Muitas canções do funk esculacham a mulher. E nesta música, eu exalto esta amiga, que pode vir a ser o grande amor da minha vida — avisa o funkeiro, solteiro, "na pista".

Para tocar a sua trajetória musical adiante, ele investe quase todo o suado dinheiro que ganha como chapista na sua carreira e na gravação das canções. Entre os próximos passos, está produzir o clipe da faixa Minha Paquera. E, para o futuro, ele sonha alto:

— Mantenho o meu foco e os pés no chão. Mas, futuramente, quero morar em São Paulo, a terra das oportunidades.  

Pitaco

Giovane Azenha, produtor musical, fala sobre o trabalho da nossa estrela.

— Legal ver a história de superação do Thiaguinho. Ele nunca desistiu de seu sonho e tenta financiar o seu trabalho na música com a grana que ganha trabalhando como chapista. Que ele siga com letras conscientes, é um caminho muito legal — torce o produtor.  


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