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Estrelas da Periferia

Conheça a banda dos Morros da Polícia e da Cruz que mistura reggae e hip hop 

 Oriundos do Gueto, formada há oito anos, investe na mescla dos gêneros, seguindo tendência internacional

23/10/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Composta por moradores dos Morro da Polícia e do Morro da Cruz, ambos na zona leste da Capital, a banda Oriundos do Gueto propõe uma mescla diferente do que o mercado musical no Brasil está acostumado: os músicos juntaram o reggae e o rap. 

Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Mistura segue tendência internacional

Na veia regueira da banda, estão nomes como Ras Magrão (percussão) e Rafael Peres (bateria). Do rap, vieram Josué Borges (que toca violão e é um dos compositores) e Marcelo Soares (vocalista e compositor). 

Esta mistura, como conta Rafael, surgiu inspirada em artistas internacionais.

— Sempre tivemos uma influência forte do reggae. Quando agregamos o rap, foi demais. Vínhamos observando artistas gringos, como Damian Marley e Stephen Marley, que fazem isto direto. E acredito que conseguiremos revolucionar nosso mercado. Nosso som é 100% autoral. O pessoal está aceitando nossa proposta — comemora, empolgado, Rafael, para completar:

— E esta união de gêneros só foi possível pelo fato de que nossos músicos são ecléticos.

Expectativa

Formada há oito anos, a banda só tomou corpo mesmo, como explica Rafael, há cerca de três. Até então, os músicos enfrentavam dificuldades para encontrar integrantes para completar o grupo.

— A caminhada é difícil — resume Rafael.

De 2015 para cá, a formação atual se manteve, o que permitiu ao grupo gravar suas primeiras canções, como Morro da Polícia e Velhas Canecas, momento que os artistas consideram fundamental para a banda.

— Ali, senti que engrenamos — comenta o artista.

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Na estrada

Os músicos começaram a mostrar seu som em shows em comunidades e no interior do Estado. Entre os próximos eventos, eles participam do Lechiguana Festival, que ocorre na praça Júlio Mesquita, na frente da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, no dia 4 de novembro. 

Porém, a grande expectativa da banda para este fim ano está no Mato Seco Reggae Festival, que rola no dia 14 de dezembro, no Bar Opinião. No festival, além das apresentações da Mato Seco, da Be Livin e dos gaúchos da GrooVI, vai rolar a performance de uma banda que está sendo escolhida em uma enquete promovida na página oficial do evento no Facebook (Mato Seco Reggae em Porto Alegre). E um dos concorrentes são os regueiros e rappers da Oriundos do Gueto.

— Concorremos com mais de 50 bandas. Se a gente ganhar, será um feito histórico — afirma Rafael.

Ainda integram o grupo Jean Silveira (guitarra), Ronaldo Santos (vocalista) e Dagoberto Dani (baixo). 

Pitaco de Quem Entende 

Capu, comunicador da 92 (92.1 FM), analisa o trabalho do grupo Oriundos do Gueto.

Raul Krebs / Divulgação
Capu aprovou o som dos músicos

— O mais legal no som dos caras é que a essência do reggae se mostra preservada, que é musicar questões de fé num mundo melhor e também cantar o que não está certo — afirma Capu, para completar:

— Em paralelo a isto, muitas vezes, bandas preferem um caminho mais fácil, de letras óbvias. Então, quando alguém faz algo a mais, a música com um enredo legal como o da canção Velhas Canecas, que retrata a gratidão e a saudade pela sabedoria dos avós, a composição ganha ainda mais valor. Vida longa ao reggae gaúcho!

O espaço é teu!

— Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

— Para falar com a banda, ligue para 3023-5603



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