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Estrelas da Periferia

Conheça o músico de Alvorada que começou como DJ e gravou disco no estúdio de sua casa

Gui Nariz fez o próprio estúdio e gravou álbum de estreia em Alvorada.

05/02/2019 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Omar Freitas / Agencia RBS

No começo dos anos 2000, a família de Guilherme da Costa Sansone decidiu se mudar do bairro Jardim Carvalho, na zona leste de Porto Alegre, para Alvorada. Filho de uma professora e de um vigilante, Guilherme mal sabia que, ali, na nova casa, em um condomínio, no bairro Jardim Aparecida, começaria a sua história na música. Mas não sem muita batalha e esforço. 

Cerca de seis anos depois, quando completou 18 anos, ele foi trabalhar em um supermercado. Ao mesmo tempo, passou a tocar em algumas festas, como DJ, e viu que a música era sua paixão.

— Comecei como DJ de balada, intercalando com o meu trabalho, tocando em festas, incentivado por amigos que diziam que eu tinha jeito pra coisa. Em 2013, saí do meu emprego e fui trabalhar na noite, só como DJ — relembra Guilherme, hoje, conhecido como  produtor, DJ e cantor de rap Gui Nariz, 28 anos. 

 Passo a passo

Porém, também passou a enfrentar problemas típicos de quem trabalha com festas e eventos: a falta de pagamento de alguns contratantes:

— Muitas vezes, tocava quatro horas por noite, e, no final, não recebia meu cachê. Já não estava mais conseguindo pagar as contas. Então, comecei a pensar em um voo mais alto, me interessei por produção musical.

Ainda em 2013, ele construiu um pequeno estúdio em sua casa, que viria a se tornar fonte de seu sustento. Inicialmente, Gui Nariz produziu canções para nomes locais do funk e do rap. Depois, usando as redes sociais, conseguiu trabalhos com artistas como Thonny 3F, do Paraguai, e Touche el Armonico, do Chile. 

Sonho realizado

Aos poucos, foi deixando seu estúdio cada vez mais equipado. Porém, a proximidade com a música despertou nele a vontade de passar para o "outro lado do balcão": 

– Me dei conta de que produzia para vários caras e vi que podia fazer algo para mim. Na primeira vez que gravei algo meu, mostrei para uns amigos, sem dizer que era eu. Eles curtiram muito. Ali, vi que podia ir adiante. 

Vendo os avanços, Gui decidiu gravar todas as fases do primeiro disco no seu estúdio. Em janeiro deste ano, nasceu o seu "filho", o álbum Um Brinde ao Sucesso. 

— Gravar em um estúdio custa muita grana. Tudo que fiz foi aqui, desde  batidas, letras, arranjos, mixagem, masterização. E, pela primeira vez, cantei — comenta, emocionado. 

Além de seguir seu trabalho com produção, ele pretende, em 2019, subir ao palco, para mostrar o trabalho solo:

— Já participei de alguns shows, mas acompanhando outros artistas. Quero entrar neste mercado, e o lançamento do disco é o primeiro passo.

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