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Conheça Rennan Lee, o sertanejo que já morou em um dos berços do gênero no país

Cantor sertanejo de Gravataí passou pelas vertentes do rock, tentou a vida no   Centro-Oeste e trabalha como cabeleireiro.

12/02/2019 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Camila Domingues / Agencia RBS
O cantor, no estúdio, em sua casa

Um dos grupos dos anos 90 que virou febre entre crianças e adolescentes foi quem despertou a paixão pela música em Rennan Lee. Na época, ele estudava na escola municipal Vila Neópolis, em Gravataí, onde morava. E, aos nove anos, ganhou do pai, João Carlos, já falecido, um disco dos Mamonas Assassinas. 

Foi o que bastou para ele virar fã do grupo liderado por Dinho, que teve um fim trágico em 1996, quando os seus integrantes morreram vítimas de um acidente aéreo, em São Paulo.

— Quando ouvi o som deles, pensei: "Esses caras são muito loucos, muito bons, é isso que quero, esse tipo de música". No outro dia, fui para a escola imitando o Dinho. Pedia para a professora parar a aula para me apresentar. Foi a primeira vez que vi que eu queria "aparecer" para os outros — lembra Rennan, hoje cantor sertanejo, aos 30 anos.

Mala e violão

Mas, até eleger o sertanejo como o seu ritmo, foi um longo caminho. Ainda pequeno, ele começou a gostar do gênero por influência da mãe, Lilia, que passava os dias ouvindo Zezé Di Camargo & Luciano e Chrystian & Ralf. Porém, Rennan chegou na adolescência _ e a rebeldia típica também. 

— Não queria mais saber de sertanejo e migrei para o rock. Mas a banda não durou muito tempo. Com 18 anos, voltei a escutar sertanejo, que me remetia à minha infância. Ali, eu vi o que queria. Desde então, só canto sertanejo — diz.

Com inspiração mais forte nos cantores da antiga, mas com um pezinho nos músicos modernos que ele julga terem mais raiz, como Gusttavo Lima e Jorge & Mateus, Rennan foi tentar a sorte em um dos berços do sertanejo do país: Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

— Fui sozinho, só com uma mala e com o meu violão. E passei a tocar na noite de Campo Grande, durante cinco meses. Na mala, levei o meu primeiro disco, Descontrolado e Louco, com faixas de minha autoria. Mas voltei (ao RS) porque o mercado lá é diferente. Como eles estão acostumados com shows sertanejos em todo canto, nos bares, querem ouvir reggae, pagode... — explica.

Em 2016, Rennan, que também trabalha como barbeiro em Gravataí, gravou o clipe da faixa Tempo Certo, todo bancado por ele, como faz questão de ressaltar. Em 2018, gravou o DVD acústico  Minhas Moda e Meus Trago, que traz regravações de músicas sertanejas que marcaram sua infância. 

— É um trabalho acústico simples, mas de muita qualidade. Investi R$ 8 mil, mas investiria de novo, pois tudo o que mais quero é viver fazendo o que amo — comenta.

Para dar sequência à sua carreira, Rennan se vira nos 30. Hoje, faz aula de canto e investe tudo o que ganha como barbeiro e na música em um pequeno estúdio, em casa. 

— Com muito suor, estou montando o meu estúdio. Quero produzir materiais para outros artistas e os meus, claro. Acredito que tenho um diferencial — aposta, com fé. 

Rodrigo Ferrari adorou o trabalho feito por Rennan Lee:

— Achei ele muito bom cantor, qualidade vocal boa, e o vídeo gravado segue uma tendência do momento, pelo mais simples. Artistas grandes estão seguindo essa tendência. Às vezes, menos é mais. A dica que deixo é que ele siga investindo em músicas próprias.   

— Para falar com Rennan, ligue para 9812-09407.

— Quer participar da seção? Mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para o e-mail jose.barros@diariogaucho.com.br.




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