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Estrelas da Periferia

"As mulheres deveriam se unir mais", diz Ana Sauri, que fundou o projeto Mulheres do Samba

Cantora de Viamão, mãe de quatro filhos, busca espaço para canções autorais de artistas locais.

16/04/2019 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Ana começa a soltar a voz em Viamão e na Capital

Voz que começa a chamar a atenção no meio do samba, na Capital e em Viamão, Ana Sauri, hoje com 28 anos, teve sua paixão despertada para a música quando tinha 13 anos. Curiosamente, cantando em um karaokê canções de um nome bem distante do samba: Cássia Eller (1962 - 2001).

— Eu assistia a muitos programas de auditório, de música, e cantei algumas canções dela, em um karaokê. Cheguei perto da pontuação máxima, e comecei a sentir que meu futuro estava no mundo musical — relembra Ana, moradora do bairro Santa Isabel, em Viamão.

Porém, o destino dela na música popular estava traçado. Após alguns anos, depois de participações em seletivas de programas musicais, ela começou a cantar MPB, ainda em casa. Junto com o seu começo de carreira, porém, começavam a surgir aqueles que seriam seus eternos companheiros e sua plateia em casa: os filhos. Ana é mãe solteira de quatro filhos (os gêmeos Adrian Renato e Débora Regina, 10 anos, Ana Lia, sete e Lidio Luiz, cinco), frutos de diferentes relacionamentos. 

— Comecei a cantar por diversão, sempre tive muita vergonha. Costumava dizer que eu fazia participações especiais, canjas, não chegava a ser um show. E, aos poucos, fui descobrindo a paixão pelo samba — comenta. 

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Até que, no ano passado, a gaúcha fundou o projeto Mulheres do Samba, ao notar que a presença feminina era pequena no gênero, em Porto Alegre. Com outras amigas, ela passou a mostrar a iniciativa para o público, especialmente em shows que acontecem na Esquina Democrática, no Centro da Capital.

— Nos juntamos e começamos a cantar ali, pois notamos que era um evento dominado por homens, não tinha mulheres. E uma das principais bandeiras do Mulheres do Samba é apostar na música autoral — afirma. 

Para dar conta da carreira, que ainda está no começo, dos estudos (ela faz o curso Técnico em Enfermagem, atualmente) e dos filhos, ela tem uma super estrutura familiar. Na função toda, conta, principalmente, com o pai, Paulo Renato, e com o atual companheiro, Julio Cesar. 

— Brinco com meu pai, digo que ele é meu técnico do The Voice (risos). E meus filhos são minha plateia em casa, faço “lives (performances ao vivo)” para eles — comenta.

Com o projeto Mulheres do Samba, Ana pretende gravar, ainda neste ano, algumas faixas autorais, como Médico do Amor, Luz da Minha Inspiração e Sou Mulher. 

— As gurias do projeto que me incentivaram muito, diziam que era possível eu mostrar minhas canções, que estavam guardadas havia alguns anos. Essa união das mulheres deveria acontecer sempre, não só no samba. As mulheres deveriam se unir mais — sustenta Ana. 

Mostre seu trabalho aqui:

— Para falar com Ana, ligue para 98627-1768.

— Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

Pitaco de Quem Entende 

Adriano Brasil, produtor artístico, fala sobre o trabalho de Ana:

— Muito bom o trabalho da Ana, é fundamental que as mulheres tenham espaço no samba, cada vez mais. Torço muito para que ela consiga gravar suas canções, ela tem um excelente vocal. 


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