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Estrelas da Periferia

A voz e a vez da negritude: conheça o trabalho de Preta Guedes   

Cantora de Alvorada começou no meio ainda como passista, na Estado Maior da Restinga, na adolescência

07/05/2019 - 12h05min

Atualizada em: 07/05/2019 - 12h41min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Natural de Porto Alegre, tendo passado a sua infância na Restinga, Zona Sul, Viviane Guedes, 44 anos, viu desde cedo que o seu caminho cruzaria com o do samba. Na adolescência, entre o fim da década de 1980 e o início da de 1990, ela já era destaque na Estado Maior da Restinga que, em 1990, venceu o Carnaval de Porto Alegre tendo Vivi como uma das passistas.

— Foi uma das primeiras conquistas que tive, quando comecei a ver que o samba estava na minha veia e na minha vida — relembra a artista, hoje Preta Guedes, moradora do bairro Jardim Algarve, em Alvorada. 

Porém, nada seria muito fácil na vida de uma cantora negra e de periferia, como ela relata. Alguns anos depois, Preta se casou e deixou de lado o projeto da sua carreira solo. Mas, passado um tempo, veio a separação.

— E, após a separação, a música me ajudou muito contra a depressão. Depois de me recuperar, segui acreditando que eu podia entrar no meio da música — afirma

Félix Zucco / Agencia RBS
Preta: samba está na veia

No sangue e na história

Foi nesse momento, há cerca de dez anos, que Preta teve outro sinal. Na época, conversando com parentes, descobriu que Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) havia sido um dos melhores amigos de seu avô, Valmor Guedes.

— O samba estava no meu sangue. Eles foram grandes parceiros. Até então, eu tinha como referência musical apenas a minha tia Haydée Guedes (cantora conhecida no meio do samba em Porto Alegre) — relembra.

Com esse empurrão, Preta fez a sua estreia cantando em 2011, no Shopping Total:

— Acabei me apaixonando de vez pelo samba, pela música. Não consegui mais parar.

Aos poucos, a moradora de Alvorada foi se tornando conhecida no cenário artístico, participando de projetos como Mulheres do Samba, além de fazer shows solo. Em paralelo, trabalha de dia como manicure - inclusive, acabou de abrir o seu próprio negócio.

— Depois do trabalho, vou para a noite alegrar corações que vão me assistir. Nos últimos anos, acredito que comecei a encampar a luta da mulher negra, gorda, que se ama, que se aceita do jeito que é — avalia Preta.

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No mês de novembro, a cantora completa nove anos de carreira, ainda focada como intérprete de samba.

— Meu nome tem se espalhado pelo Rio Grande afora. Tanto é que venho recebendo ofertas de compositores para que eu grave as suas músicas — finaliza.

Grave o seu, participe!

Ajudar a transformar a realidade de comunidades e se aproximar cada vez mais de leitores e do público é o que me motiva a cada dia no Grupo RBS. Por isso, fiquei muito feliz em integrar a nova campanha sensacional #AGenteViveJunto.

Eu já gravei o meu filme! Confira abaixo. Que tal produzir o seu? Entre no site agentevivejunto.com.br e faça parte dessa história também. Participe!

 Pitaco de Quem Entende

Nards, do VirôZueira, fala sobre o trabalho de Preta Guedes:

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Nards aprovou o trabalho de Preta

— Cantora afinada, tem personalidade, gostei muito da mistura de ritmo samba com rap, eé algo que está em alta. Agora ela tem que investir no som autoral e mostrar sua qualidade em forma de canções próprias, é um passo difícil, mas com a qualidade vocal que ela Tem, não será tanto. Sucesso pra Preta Guedes

MOSTRE SEU TRABALHO POR AQUI

— Para falar com Preta, ligue para 98492-4366
— Para participar da seção, envie um pequeno histórico de sua trajetória, algumas canções e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br




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