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Prefeito de Terra de Areia fala sobre a importância da Estação Fandangueira para a cidade

Aluisio Teixeira relembra histórias curiosas do começo da banda

17/05/2019 - 14h56min

Atualizada em: 17/05/2019 - 17h45min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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— Hoje, além de sermos conhecidos como a Capital Estadual do Abacaxi, somos conhecidos como a terra do Estação Fandangueira. 

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Cidade fica distante cerca de 144 quilômetros de Porto Alegre

É desta maneira, comparando a fruta que deu fama ao município do Litoral Norte ao grupo de baile, que o prefeito de Terra de Areia, Aluisio Teixeira, se refere à importância da banda para a cidade litorânea. E é com orgulho e com propriedade que a figura ilustre fala a respeito. 

Há cerca de 11 anos, quando o Estação ainda engatinhava e o prefeito nem tinha entrado na política, Aluisio emprestou um ônibus para os deslocamentos do grupo. Confira na entrevista abaixo, feita no horário de almoço do chefe do Executivo municipal, em sua casa, ao lado do ônibus que fez história com a turma.

Como começou a sua relação com o Estação Fandangueira?

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Aluisio, com o já histórico ônibus

Conheci essa gurizada há 11 anos, incentivando-os a tocar em CTGs e na Semana Farroupilha. Como o grupo foi crescendo,  começaram a surgir contratos de shows um pouco maiores. Eles precisavam de um ônibus e de equipamentos de som. Como eu tinha uma empresa de equipamento de som, fizemos uma parceria: a banda alugava o meu equipamento, eu comprei um ônibus e emprestava para eles. 

E saímos por esse Rio Grande do Sul afora a levar a banda. Lembro que, naquela época, quando a banda gravou o primeiro CD, eu peguei o meu carro, coloquei o disco embaixo do braço e fui de rádio em rádio, pedindo, implorando (risos), para que tocassem as músicas do Estação, até que virasse o sucesso que é hoje. Por coisas do destino, eu segui um caminho diferente do da banda, mas  acompanhei o sucesso deles. Hoje, vejo que o destino deles era mesmo o sucesso. 

Que lembranças curiosas e outras engraçadas tem daquela época?

No início da banda, lembro que fomos tocar em um baile, em um salão paroquial, em Três Forquilhas (cidade distante 16 quilômetros de Terra de Areia, também no Litoral Norte). E tinha uma baita subida! Tivemos que levar todo o equipamento de som em um tratorzinho, que pegamos emprestado de um agricultor. 

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Hoje, ônibus fica estacionado na casa do prefeito

O ônibus serviu muito para a gurizada, e a gente se divertia. Foi uma época muito legal. E teve outra situação curiosa. Fomos tocar em um baile com bandas grandes, tipo Garotos de Ouro, com ônibus potentes, estilizados. E lá chegou o Estação, com o seu ônibus (risos)...

E, para a população da cidade como um todo, como é ter uma banda como o Estação Fandangueira?

É muito importante, pois valoriza a educação musical para os jovens. Temos aulas de educação musical na rede pública de ensino, temos uma banda musical, e não marcial. Os jovens aprendem a ler partituras, a tocar saxofone, têm aula de flauta. Acredito que ter uma banda do tamanho do Estação na cidade estimula as crianças a seguirem essa carreira. Eu sempre digo para a gurizada aqui do município que o Estação começou ensaiando em um galpão de chão batido. Parecia um bando de loucos (risos). 

Nós apostamos no sonho deles. Cito o grupo como exemplo para muitos jovens. Trabalhar a musicalidade ajuda as crianças e os adolescentes também em vários aspectos. 

E, para Terra de Areia, qual é a importância da banda na região?

Divulga o município. Somos conhecidos como a Capital Estadual do Abacaxi e como a terra do Estação Fandangueira. Como a banda tem uma agenda significativa fora do Estado, divulga a boa música gaúcha e a cidade, por consequência. Economicamente falando, como Terra de Areia tem economia agrícola, viemos investindo no turismo como gerador de renda e de emprego. Nesse sentido, o Estação contribui muito para o desenvolvimento econômico da cidade, desde a organização de eventos, passando pelo comércio de bebidas em bailes na cidade até a gráfica que imprime os materiais deles. Entre diretos e indiretos, creio que gerem cerca de cem empregos por aqui, o que é bastante. 

Lucro a reboque

Gráfica tradicional no Litoral Norte, a Triângullo, que tem matriz em Terra de Areia, se orgulha da parceria com um dos principais clientes, mesmo em tempos de mídias digitais: o Estação Fandangueira. De três em três meses, em média, o grupo imprime com eles cerca de 5 mil cartazes para divulgar os bailes. 

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Dionatan (esquerda), conferindo o material gráfico: grupo é importante para a cidade

— A gente já imprimiu muito mais, claro. Mas seguimos usando muito esse serviço, pois a internet ainda é muito precária em várias das cidades que a gente faz baile — explica o gerente comercial da banda, Dionatan Magni. 

Conforme o gerente comercial da gráfica, Marino Scherer, mesmo com clientes de diferentes ramos, o Estação é o "cliente A" da Triângullo:

— Muito nos honra fazer o material deles. 



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