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Estrelas da Periferia

Banda Purpura, de Novo Hamburgo, canta os dilemas femininos

Apesar de serem minoria no grupo de rock, mulheres ditam a pegada das letras que retratam o universo delas

17/09/2019 - 07h55min

Atualizada em: 25/09/2019 - 09h49min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Tadeu Vilani / Agencia RBS

— Somos mais um bando do que uma banda — define, aos risos, o guitarrista Rodrigo Alves, 34 anos, também assessor de imprensa da Purpura (assim, sem acento mesmo). A brincadeira se deve à diversidade de referências, idades e histórias pessoais dos integrantes. Mas o ideal em comum, de levar um som de qualidade a quem curte rock, uniu o guitarrista à vocalista Nina Fernandes, 33 anos, à baterista Elisa Agarreberri, 24, ao baixista Marcio Eloy, 42, e ao caçula Lucas Rosa, 17 anos, tecladista e último a integrar a turma.

A origem da Purpura foi como Red House, que já tocava na noite de Porto Alegre e na Região Metropolitana com quase a mesma formação de hoje — à exceção de Lucas. Rodrigo explica que a mudança foi gradual, mas marcou uma nova era:

— Como a gente ia cantar em português temas mais voltados para o segmento feminino, colocamos  o nome Purpura e resolvemos lançar uma nova marca. Então, da Red House, saiu um projeto nacional, com música própria e cantando em português. 

Mistura doida

Sobre as suas influências, Rodrigo, único carioca no meio de uma trupe de gaúchos, ressalta que as diferenças de ídolos e trajetórias enriquece o trabalho do grupo:

— O bacana de ter várias gerações é que a gente faz uma mistura muito louca, como se jogasse tudo dentro de um liquidificador e tirasse um extrato só. Por exemplo, a Nina e o Marcio Eloy gostam mais do rock clássico, do Creedence Clearwater Revival, Raul Seixas (1945 – 1989) e Guns N’ Roses. Eu e a Elisa gostamos mais de metal dos anos 90. O nosso tecladista, como é o mais novo, absorve todas as influências.

Essa mistura de gerações se reflete no trabalho autoral da banda, que traz um pouco de tudo. Tanto que, ao enumerar os ídolos dos colegas de banda, Rodrigo cita de Bon Jovi a Sepultura, de Raul Seixas ao melhor do rock gaúcho.

Baita parceiro

E, por falar em rock gaúcho, a Purpura começa a sua trajetória autoral com o pé direito. O primeiro EP da banda conta com a participação de ninguém menos do que Rafael Malenotti. O vocalista dos Acústicos & Valvulados e integrante do Sala de Redação, da Rádio Gaúcha (600 AM e 93.7 FM), gravou com a banda o single Inacabado

Com lançamento previsto para o dia 5 de outubro, nas plataformas digitais, o trabalho tem ainda as canções Meu Lugar, Mais Perto de Mim, A Dona da Noite e Tudo Vai Ficar Bem. O guitarrista relembra, emocionado, o momento da gravação com Malenotti.

— Foi meio surreal! A gente já se conhecia da noite, tinha feito algumas participações com ele, mas nada assim, de entrar no estúdio e gravar. Mas ele é uma pessoa tão radiante que deixou todo mundo à vontade. Então, foi fácil, ele foi muito receptivo. Toda aquela tensão de gravar com um "cara grande" foi fácil de lidar — destaca Rodrigo:

— Foi uma experiência espetacular estar com alguém que a gente sonha em ser. Foi muito especial pra mim e pra banda inteira. 

Em processo de pré-lançamento do EP, a Purpura já começa a colher os frutos de seu trabalho. No último dia 7 de setembro, eles se apresentaram no Festival do Pé Vermelho, em Palmas, no Paraná.

O resultado foi melhor do que o esperado. Das 120 músicas inscritas, 20 foram escolhidas para a apresentação final — entre elas, A Dona da Noite, da banda,  a única representante gaúcha a chegar entre as primeiras colocadas. Apesar de não ter ganho a premiação, a galera da Purpura se considera vencedora.

— Foi uma honra estar naquele festival — diz Rodrigo, que traça os planos:

— Pro ano que vem, a gente quer lançar um álbum completo e procurar palcos e festivais de quem quer ouvir um bom rock.

Pitaco de Quem Entende 

Para o comunicador da 92 (92.1 FM) Martin TJ, a Purpura tem futuro, sim:

— Sensacional! A banda tem o diferencial das mulheres em um momento em que elas estão em alta na música brasileira. Boa música, letra e vocal afiado. Destaque também para o solo de guitarra.

Claus, da dupla com Vanessa, curtiu:

— Achei a pegada muito boa, de atitude! Tá picando essa bola no nosso movimento rock do Sul! Letra positiva, pra cima.

Aqui, o espaço é todo seu

— Para falar com a Purpura, ligue para (51) 99602-3264. 

— Se quiser participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para michele.pradella@diariogaucho.com.br. 


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