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Após polêmicas e indicação ao Grammy, Nego do Borel, afirma: "Foi um ano de aprendizado"

Cantor lança seu primeiro DVD, gravado ao vivo, repleto de participações especiais

01/11/2019 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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— A indicação é uma resposta de pessoas competentes, para um clipe que foi muito criticado. 

VINÍCIUS MOCHIZUKI / Extra
Funkeiro acaba de lançar seu primeiro DVD

Foi dessa maneira, ao responder como havia recebido a indicação para o Grammy Latino deste ano, pela faixa Me Solta - na categoria Melhor Vídeo Musical Versão Curta - que Nego do Borel começou essa entrevista, por telefone, do Rio de Janeiro. O funkeiro, 27 anos, acaba de lançar seu primeiro DVD, Nego do Borel - Ao Vivo (disponível nas plataformas digitais) com, aproximadamente, três horas de duração e que teve as participações especiais de Wesley Safadão, Kevin O Chris, Ferrugem, Tiee, do rapper Matuê, Felipe Araújo e Naiara Azevedo.  

— É uma galera top. Fico muito feliz de ter acesso a essa galera, são líderes dos seus gêneros (musicais). E vejo que nossa sintonia não veio só pela música, eles têm um carinho muito grande por mim. E muitos deles vieram de baixo, como eu. Só tenho a agradecer — comemora Nego. 

No DVD, é possível conferir um espetáculo repleto de tecnologia, com um corpo de bailarinos que lembra os que atuam com astros internacionais — foram mais de 20 dançarinos escalados para o projeto, comandado pelo coreógrafo Miguel Davi, que já trabalha com o cantor há sete anos. 

Na gravação, Nego canta sucessos repletos de letras picantes, como Rebola na Minha e Me Solta, algumas mais leves e bem-humoradas, como Ding Dom e Me Namora, além da nova faixa, Princesa. 

— Foi uma grande experiência, pois nem eu sabia que me sairia tão bem nesse projeto, era muita responsabilidade. Fiquei nervoso em vários momentos, porque o investimento foi alto (cerca de R$ 1 milhão, de acordo com o próprio funkeiro, em entrevista ao jornalista Leo Dias) e tudo dependia de mim, eu não podia errar. E deu tudo certo — celebra o carioca. 


Ano de aprendizado

Depois de tantas polêmicas na carreira (confira algumas no quadro ao lado), o funkeiro carioca avalia que 2019 está sendo, para ele, um ano de aprendizado. O DVD, ele afirma, é um divisor de águas em sua carreira.

— Foi um ano de aprendizado, saindo de um nível e indo para outro. É muito gratificante chegar no patamar que eu cheguei, com todas as dificuldades que eu enfrentei. Eu sei quem eu sou, minha família tem orgulho de mim, e isso basta. Sou honesto, nunca fiz mal para ninguém. Sabia que isso ia terminar bem, continuo aprendendo, graças a Deus, passou tudo isso — comemora o funkeiro.

Ao final da entrevista, ele demonstra confiança em faturar o Grammy - a cerimônia de premiação ocorre no dia 14 de novembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. E ainda tira onda dos torcedores do Grêmio (Nego é flamenguista, e a entrevista foi feita um dia depois da vitória do time carioca sobre os gaúchos, por 5 a 0, pela semifinal da Taça Libertadores):

— Se Deus quiser, ganharemos esse prêmio, e traremos esse troféu, junto com o troféu da Libertadores (a final da competição ocorre no dia 23 de novembro, entre Flamengo e River Plate, em Santiago, no Chile). Não adianta vocês secarem (risos).

Algumas polêmicas envolvendo Nego do Borel

— Uma das mais recentes ocorreu no início deste ano, quando ele compartilhou uma foto tomando banho de mar e chamou a atenção da transexual Luisa Marilac - celebridade da internet que ficou famosa pelo bordão "e teve boatos de que eu ainda estava na pior". Após receber elogios de Luisa, o funkeiro a chamou de homem, deixando-a chateada. Após a repercussão negativa, o cantor apagou os comentários de seu perfil no Instagram, foi acusado de transfobia (atitudes negativas, sentimentos ou ações contra pessoas travestis e transexuais) e teve que adiar a gravação do DVD. Ao jornal Extra, afirmou que fez as pazes com Luisa, e que ela disse: "Nego, você é gente boa, fica tranquilo"

Em 2018, gravou o clipe da faixa Me Solta, na qual interpreta a Nega da Borelli, personagem que o cantor criou quando morava com sua mãe, no Morro do Borel, comunidade em que cresceu, na zona norte do Rio. Em uma das cenas, troca beijos com o modelo Jonathan Dobal. A ousadia do funkeiro despertou elogios de celebridades e fez surgir questionamentos da comunidade LGBT+ sobre representatividade, reforço de estereótipos e misoginia (sentimentos negativos contra mulheres).

— Em 2017, um vídeo íntimo de Nego do Borel, em momento de descontração com os amigos, vazou na internet. Um deles, abre a calça e exibe a região íntima, enquanto os outros dão risada.

— Em 2014, foi acusado de plagio por MC Fhael. Entre eles, uma disputa por uma música com o mesmo nome e refrão: É Ele Mesmo. Na época, os dois afirmavam que haviam escrito a canção, que fez sucesso nos bailes cariocas.

— A polêmica que mais lhe rendeu dor de cabeça ocorreu também em 2014, gerando até processo na Justiça. Ele deve ser julgado no dia 6 de novembro, no Rio, por ter feito uma pegadinha com uma senhora em um aeroporto e divulgá-la em suas redes sociais. Na ocasião, ela passou mal e, agora, exige indenização por danos morais.



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