Estrelas da Periferia
VÍDEO: Conheça a banda de samba formada somente por mulheres
Samba Delas foi formado em 2014, quando as gurias integravam um time de futsal da Ufrgs
Em 2014, quando Gabriela Verdi (pandeiro), Leticia Ribas (repique) e Nega Lima (voz e cavaco) integravam um time de futsal da Ufrgs, a diversão, nos horários de folga, era fazer um samba. Como os encontros foram aumentando, as gurias resolveram criar uma banda, inicialmente batizada de Ufrgs Samba. No mesmo ano, as sambistas decidiram mudar o nome para Samba Delas, que segue até hoje. Porém, como acontece em boa parte dos grupos que está começando, o Samba Delas teve a saída de algumas integrantes e a chegada de outras até que, em 2018, a formação se estabilizou.
— A partir dali, a gente se reorganizou e começamos a tocar em bares, eventos fechados e em blocos de Carnaval — explica Nega Lima.
Com integrantes da Cefer, de Gravataí, da Lomba do Pinheiro, do Bom Fim e da Cidade Baixa, o Samba Delas já surgiu quebrando paradigmas, como explica Eliana Freitas (vocal e reco-reco):
— Acredito que a gente quebra paradigmas desde o início, pelo fato de a ideia da banda ter surgido no time de futsal, (uma prática) que está dentro da "caixinha" do homem. E somos todas mulheres que estudam samba, não estamos brincando. Mas não digo que é mais fácil nem mais difícil (ter a banda) por ser mulher.
Trio de vocais
O fato de ser formado só por mulheres já é um diferencial para a banda, como ressalta Eliana. Além disso, Louise Nunes (voz e violão), afirma que outro diferencial da banda é o trio de vocais.
— Elas têm timbres muito diferentes, que se completam, o que faz com que o show fique bem diversificado. Temos muito samba e pagode no nosso show, claro, mas a gente busca outras influências, como Anunciação (canção de Alceu Valença) e alguns sertanejos, para atingir todo o público — sustenta Louise.
Agora, as gurias estão na expectativa de um dos grandes momentos do Samba Delas até o momento. No dia 22 de dezembro, às 14h, elas farão uma roda de samba na Rua da República, na Cidade Baixa, aberta ao público, como parte do evento Natal da República, que tem apoio de comerciantes da região. O show será gravado e disponibilizado, em 2020, no YouTube.
— Será a grande realização do nosso sonho, que a gente possa chegar em mais e mais pessoas com um material bom, de qualidade. E poderemos mostrar do que somos capazes — afirma Louise.
No espetáculo, além de releituras de sucessos nacionais, elas gravarão três faixas próprias: Mulher Também Pode, Amar sem Temer e Não vou Zuar.
Ainda integram o Samba Delas Aline Mares (flauta doce, caixeta e agogô), Gabriella Barbosa (rebolo) e Bruna Dalpiaz (surdo, malacacheta, carrilhão e prato).
Pitaco
Emerson Tuty, vocalista do Pyração, fala sobre o trabalho do Samba Delas:
— O som delas é realmente diferenciado, o trio de vocais é muito bom. Que mais iniciativas como essas apareçam no nosso samba.
— Para falar com o Samba Delas, ligue para 99516-4289. Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.