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Choque de culturas

Do bordão "Stop, Salgadinho" à imersão na cultura cigana: confira cinco curiosidades de "Explode Coração"

Novela de 1995 chegou ao streaming nesta semana

26/06/2020 - 10h34min

Atualizada em: 26/06/2020 - 12h09min


Marina Pagno
Marina Pagno
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Jorge Baumann / Globo

Explode Coração, uma das novelas mais ousadas e futuristas da década de 1990, chegou ao catálogo do Globoplay nesta semana mostrando as tradições do povo cigano e os primeiros passos da internet no Brasil. A trama de 1995 é bem ao estilo de sua autora, Gloria Perez, delineada pelo tempo e pelo choque de culturas. Além disso, pautou nas telinhas assuntos como crianças desaparecidas e a exploração do trabalho infantil.

A história da cigana Dara (Tereza Seiblitz), que se apaixona pelo empresário Júlio Falcão (Edson Celulari) após conversas pelo computador, mesmo já estando prometida para casamento com o cigano Igor (Ricardo Macchi), é o pano de fundo para um folhetim recheado de cores e tecnologias.

Confira, abaixo, cinco curiosidades sobre Explode Coração

Cultura cigana 

Jorge Baumann / Globo
Eliane Giardini, Stela Freitas, Leandra Leal, Tereza Seiblitz e Laura Cardoso em "Explode Coração"

A personagem da atriz Tereza Seiblitz foi inspirada em uma história real, descoberta durante os estudos feitos por Gloria Perez sobre o povo cigano. A autora conheceu uma universitária cujo casamento já havia sido acertado pela família. Ela tinha apenas um retrato 3x4 do rapaz, que morava na Polônia. 

— A moça dizia que não ia se casar com ele de jeito nenhum. A modernidade fez com que essa cigana fosse para a universidade, mas, ao mesmo tempo, ela era obrigada a levar uma vida e a cumprir projetos que vinham de milênios, de quando eles eram nômades — contou Gloria em depoimento ao Memória Globo.

A escritora fez uma imersão na cultura cigana ao conviver com famílias antes de começar a escrever a novela. E, para aprender os hábitos e costumes, os atores participaram de um grande laboratório, aprendendo danças e expressões em romanês, a língua cigana.

Internet 

Divulgação / Globo
Edson Celulari viveu Júlio Falcão em "Explode Coração"

Gloria Perez chegou a ser ridicularizada quando propôs abordar o surgimento da internet em Explode Coração. Afinal, a nova tecnologia ainda não era difundida no Brasil e causava estranheza em parte do público na época.

 A trama mostrou como foi a recepção do chamado BBS, considerado o primórdio da internet, que permitia a troca de mensagens entre pessoas de todo mundo – canal onde Dara e Júlio Falcão se conheceram. Hoje, 25 anos depois, quem pode se assustar com tudo isso é o público de 2020, ao relembrar os tempos em que os computadores e celulares eram enormes e analógicos. 

Abertura  

Seria Explode Coração a Black Mirror brasileira dos anos 90? A abertura da novela prova que sim. Bem ao estilo da famosa série britânica, a vinheta previu o surgimento de tecnologias que, para a época, eram consideradas bem distantes ou até impossíveis. O vídeo faz referências a telas touch screen e projeções digitais em 3D, tudo isso conduzido por Ana Furtado, bailarina que aparece na abertura e hoje é apresentadora do É De Casa.  

 O bordão  

São raras as vezes em que uma novela de Gloria Perez não emplaca algum bordão, que toma conta das ruas e dos diálogos brasileiros. Em Explode Coração, dona Lucineide (Regina Dourado) foi a responsável por popularizar a frase "Stop, Salgadinho, take it easy, me poupe, me economize", misturando palavras em inglês e português toda vez que tinha alguma discussão com o marido, o seu Salgadinho (Rogério Cardoso). Os dois atores, já falecidos, deram um show no núcleo de humor da trama. 

 Crianças desaparecidas 

Reprodução / Globo
Jornalista Yone (Deborah Evelyn) ao lado de Odaísa (Isadora Ribeiro, à direita); mães com fotos de filhos desaparecidos levaram histórias reais para a novela

Explode Coração também motivou uma campanha para encontrar crianças desaparecidas. O tema foi levado à novela através de Odaísa, personagem da atriz Isadora Ribeiro, que sofre o drama de ter o filho pequeno raptado. O folhetim mostrou um protesto e depoimentos reais de mães e fotos de seus filhos desaparecidos. Mais de 60 crianças foram encontradas após a exibição das imagens. Fotos de crianças desaparecidas também começaram a estampar bilhetes de loterias e embalagens de produtos depois do engajamento de empresas na ação.


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