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Autocrítica

"Bolsonaro foi muito mais inteligente do que eu", diz Monica Iozzi sobre trabalho em programa de TV

Apresentadora afirmou que se arrepende de dar palanque ao então parlamentar no "CQC"

03/09/2020 - 09h46min


GZH
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Reprodução / TV Globo
Atriz participou do programa "Conversa com Bial"

A atriz e apresentadora Monica Iozzi afirmou que os brasileiros precisam ser intolerantes a discursos de ódio. Participante do Conversa com Bial desta terça-feira (1), a artista considerou que também é necessário não dar espaço para pessoas que propagam esse tipo de ideias — citando como exemplo o presidente Jair Bolsonaro.

— Se você for na Alemanha, você vai ver que não há espaço na TV para pessoas que relativizam o Holocausto — disse. — Eu acho que a gente precisa começar a ter esse tipo de intolerância em relação ao discurso de ódio. Às vezes, têm coisas que não podem ser toleradas — acrescentou.

Enquanto ela era repórter do CQC, da Band, entre 2009 e 2013, Monica entrevistou o então deputado federal diversas vezes. Ao ser relembrada dessas ocasiões por Pedro Bial, ela fez uma autocrítica, e disse se arrepender.

— Bolsonaro foi muito mais inteligente do que eu. Ele sabia que podia se utilizar da oportunidade que o programa proporcionava para espalhar o seu discurso. Ele ainda não era um cara muito conhecido, então para ele era bom — afirmou. — Quem mais deu voz a Jair foi o CQC. A gente não pode se eximir dessa culpa e, sim, eu me arrependo de ter falado com ele tantas vezes — completou.

Monica explicou que sua vontade sempre foi de denunciar. Contudo, afirma que não teve a visão de que poderia estar, na verdade, aumentando o alcance de um discurso de ódio.

— A gente queria mostrar como o trabalho dele era irrelevante. E depois de mostrarmos a incompetência dele, assim como mostrávamos a de outros também, foi que ele começou a se sentir mais à vontade para fazer os discursos de ódio — comentou.

— O Bolsonaro engloba todos os discursos de ódio em uma pessoa só. Então, a gente precisa começar a olhar para esses discursos com total intolerância, que é o que fazem na Alemanha com o nazismo. Não vamos dar voz a uma pessoa que diminui os negros e que defende violência contra LGBT+ — finalizou.

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