Estrelas da Periferia
Rock autoral no Morro da Cruz: conheça a banda Fermo
Banda destoa das tendências da comunidade, conhecida por revelar pagodeiros e funkeiros, e investe em um rock pesado.
Em um local no qual proliferam bandas de pagodes e funkeiros, o Morro da Polícia, na Zona Leste da Capital, alguns amigos decidiram ir contra essa espécie de senso comum e fundar uma banda de rock. Criada em 2009, a Fermo investiu, desde seu começo, em um rock pesado, gênero raro na sua comunidade. Com pilares de influência como as bandas norte-americanas Bring me the Horizon, Asking Alexandria e Suicide Silence, a Fermo ganhou, rapidamente, destaque no cenário local e até nacional. Entre 2010 e 2014, lançaram dois álbuns, dois EPs e diversas canções e chegaram a atingir mais de um milhão de visualizações no canal do YouTube, algo raro para bandas que estão em começo de carreira.
- Somos umas das poucas bandas de rock pesado gerada dentro da nossa comunidade e ainda conseguimos viajar para todo o país, fazendo shows. Naquele período, fizemos turnês pelo Rio de Janeiro, por São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Porém, paramos em 2014 _ lembra Roger, baterista e vocalista da banda.
A volta
Seis anos depois, em novembro de 2020, "por acaso", os integrantes começaram a perceber que tinham bons motivos para voltar.
- Encontrei o Lucas (vocalista da banda), no Centro de Porto Alegre, por acaso. O Everton (baixista) também estava lá e fez uma foto desse encontro. Conversamos e, de brincadeira, resolvemos postar a foto no Facebook da banda, fazendo uma brincadeira do tipo: "A Fermo voltou". E deu muito retorno, uma galera compartilhando, vimos que tínhamos que voltar. Durante a pandemia, revemos alguns conceitos, sobre a nossa amizade que estava meio distante e sentimos que a nossa história não deveria ter acabado - afirma Roger.
Agora, a banda volta para recuperar o tempo perdido e já larga com força. Neste ano, já lançaram uma canção inédita, Do Inferno e preparam outra, para maio. Além disso, preparam um disco especial da banda, comemorativo aos 10 anos da Fermo, que seria lançado em 2019, mas, como a banda estava separada, deve ser lançado neste ano.
- Regravaremos algumas músicas antigas com uma roupagem nova, com o lucas cantando, já que, nas versões antigas, ele não era o vocalista principal. Aliás, essa é uma das diferenças da banda: sou baterista e canto, seguido a gente ouvia a pergunta: "Bah, cadê o vocalista". Quando via, era eu que estava cantando, meio fora dos padrões. E outro diferencial que enxergo que é temos um DJ na banda, então, misturamos muito rock com batidas eletrônicas - relembra Magrão.
Além dos lançamentos, o sonho dos roqueiros é conseguir, novamente, emplacar turnês fora do Rio Grande do Sul.
- Tivemos um retorno muito bom, naquela época _ lembra Magrão.
Ainda integram a banda Julio (guitarra) e Felipe (DJ).
Pitaco
Vanessa, da dupla com Claus, fala sobre o som da banda.
- Rock com muita maturidade e pressão, timbre e sonoridade gringas. Pegada de peso que falta no rock nacional.
Aqui, o espaço é todo seu
-Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.
Para falar com a banda, ligue para 99347-0634.