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"É um trabalho que valoriza a figura feminina", diz artista plástico, sobre visual gráfico dos Festejos Farroupilhas 

Caminhos de Anita, que homenageia o bicentenário de Anita Garibaldi (1821 - 1849), é mais uma obra de Mauro Vila Real

26/07/2021 - 18h34min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Maria Clara Vila Real / Divulgação
Gosto pelos detalhes

Pelo segundo ano consecutivo, a identidade visual dos Festejos Farroupilhas está nas mãos de um dos mais expressivos artistas plásticos gaúchos: Mauro Vila Real. Se, em 2020, Mauro criou a identidade visual a partir do tema Gaúcho sem Fronteiras, agora, o desafio foi desenhar a identidade a partir de um tema dos mais importantes: Caminhos de Anita, que homenageia o bicentenário de Anita Garibaldi (1821 - 1849), heroína da Guerra dos Farrapos (1835 - 1845). 

De acordo com a vice-presidente da comissão do bicentenário de Anita Garibaldi e patrona da Semana Farroupilha de 2020, Alessandra Motta, o tema "busca valorizar a presença determinante e simbólica de Anita nos rumos da história da Pátria e de vários mundos".

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Mauro, para o trabalho, conta que a inspiração surgiu logo nas primeiras conversas com integrantes da Secretaria de Estado da Cultura e do Turismo, responsáveis pela festividade. 

- Para mim, a inspiração vem no começo, logo quando eu converso com as pessoas envolvidas. Vou conversando com quem me fornece os dados e, a partir disso, faço um rascunho bem tosco, a lápis mesmo, mostrando como eu penso. Depois, fui atrás da modelo, pois sou um cara figurativo, preciso da modelo. Gosto muito de detalhes, anatomia, perspectiva, ainda mais quando tem cavalo no desenho, existe toda uma dinâmica com animal com a amazona - explica Mauro. 

Maria Clara Vila Real / Divulgação
Olhar atento aos traços

Ligação íntima

Mauro, que nasceu em Frederico Westphalen, mas reside em Sapiranga há mais de 30 anos, onde tem estúdio, tem em seu currículo trabalhos para editoras como Marvel e DC Comics, participou de exposições como o Salão Internacional de Arte Contemporânea de Portugal e já expôs no Museu do Louvre, em Paris. Feliz com o convite, ele afirma que foi uma honra poder criar algo que represente Anita, um personagem tão marcante da nossa cultura.  

- Anita é um desses personagens que permeiam nosso imaginário desde a infância e permanecem sólidos durante toda a vida dos gaúchos. Ano passado, tive a oportunidade de criar a identidade da Califórnia da Canção, onde também usei uma figura feminina, quebrando um paradigma e trazendo pela primeira vez na história daquele festival uma mulher em sua identidade - lembra.

O artista afirma, ainda, que sua experiência em casa é fundamental para que tenha esse olhar diferente – é pai de duas meninas, Duda e Maria Clara. 

- É um trabalho que muda todo um direcionamento da cultura gaúcha, valorizando a mulher, a figura feminina. Para mim, é impossível não ter toda a ligação com esse universo feminino. Além de pai de duas meninas, tenho minha mãe (Zelair) que é muito presente, minha namorada, Fernanda. Tudo isso acaba colaborando para tentar representar as mulheres da minha vida nesse tipo de trabalho - finaliza.


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