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"Nos Tempos do Imperador": novela de época com gosto de novidade

Nova trama das 18h estreou com muita ação e personagens marcantes

10/08/2021 - 11h09min

Atualizada em: 10/08/2021 - 11h47min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Paulo Belote / TV Globo
Pilar e Jorge: paixão que já nasceu proibida

Um ano e meio. Este foi o tempo que a equipe de Nos Tempos do Imperador aguardou para colocar a trama no ar. Isso sem contar a fase de pré-produção e as primeiras gravações antes da pandemia. A nova novela das seis estava prevista para estrear em março de 2020. O coronavírus mudou os planos, forçou a criação de novos protocolos e formas de fazer televisão. Enfim, foi ao ar ontem o tão esperado primeiro capítulo da saga de D. Pedro II (Selton Mello). E valeu muito a pena esperar.

A direção artística de Vinicius Coimbra vale ser celebrada, com belas tomadas aéreas e cenas de tirar o fôlego  (o que foi aquele incêndio no canavial, minha gente, de arrepiar!), a fotografia impecável que reconstruiu o século 19 com perfeição e, é claro, um elenco de primeira.

Uma curiosidade: as imagens aéreas foram feitas pelo ator e produtor Max Fercondini, piloto profissional há 14 anos.

Arquivo Pessoal
Cenário de tirar o fôlego

Selton Mello na pele do último imperador do Brasil, falou pouco, mas resumiu com perfeição uma época que poderia ser aquela, em meados de 1850, ou a nossa, já no século 21. Palmas para o texto atemporal de Thereza Falcão e Alessandro Marson, que ganhou ainda mais peso na voz grave de Selton:

 — O Brasil nunca se renderá a um ditador. Nunca. Os filhos desse país cuidarão dele, para sempre. Podem até tombar algumas vezes, mas vão se levantar, em nome do Brasil, em nome da liberdade. E eles são muitos. Nascem a cada dia, dispostos a lutar pelo Brasil. E eu, general, mesmo depois de morto, viverei em cada um deles.

Com pouco texto, mas um olhar arrebatador e muita presença cênica, Mariana Ximenes foi o nome do primeiro capítulo. Já pode-se prever que sua Condessa de Barral será uma personagem amada pelo público. Outra personagem feminina apaixonante é Pilar  (Gabriela Medvedovski), uma jovem que sonha em ser a primeira médica mulher do país. A química com Jorge (Michel Gomes) já se mostra arrebatadora.

Paulo Belote / TV Globo/Divulgação
Luísa, a Condessa de Barral

Na contramão das mocinhas heroicas, o personagem de Alexandre Nero mostrou que vem para causar os piores sentimentos no telespectador. Tonico é odioso desde as primeiras falas e nada tira dele o posto de grande vilão da novela.

Saudosismo

Com o frescor da novidade, mas um pé no saudosismo, Nos Tempos do Imperador resgata a história de sucesso que teve início em Novo Mundo (2017). Foi lindo ver a cena do nascimento de Pedro II e matar a saudade de Leopoldina (Leticia Colin) e Pedro I (Caio Castro), que apesar de não terem participado da criação do filho, deixaram um legado de amor pelo país que ajudaram a construir.

TV Globo / Reprodução
No primeiro capítulo, flashback mostrou o nascimento do futuro imperador

A nova trama das 18h é o começo de uma retomada à teledramaturgia 100% inédita. Apesar de ser uma novela de época, Nos Tempos do Imperador não cheira a mofo ou a coisa antiga, pelo contrário. Tem o odor da esperança e da reconstrução da nossa teledramaturgia, ainda que com todos os cuidados e restrições.


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