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Estrelas da Periferia

Da Restinga para as picapes da festas: conheça o DJ Cardoso 

Artista começa a ganhar destaque nas principais festas da Capital.

19/04/2022 - 14h23min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Artista completa 10 anos de estrada neste ano

Nascido na Restinga, mas morando, atualmente, no Partenon, Matheus Yan Kontz Cardoso começou nas picapes como DJ há cerca de nove anos, de um jeito curioso. Na época, como não tinha dinheiro para ir em festas, e não queria pedir para os pais, tentava emplacar seus gostos musicais em festas na Restinga, usando da pouca experiência que tinha para tentar começar a carreira. E, de quebra, conseguir ficar na festa sem pagar ingresso.

- Comecei na brincadeira. Como eu não tinha grana para ir nas festas, na época, tentava ser DJ, né? Uma vez, fui numa festa que não tinha DJ e falei pros caras: "bah, eu sou DJ". Os caras aceitaram, eu fiquei tocando na festa, tinha uns programas da época para baixar música, que eu usava. E, às vezes, tocava por um cachê bem baixo, R$ 50 ou algumas bebidas - lembra o hoje DJ Cardoso, 27 anos.

Aos poucos, Cardoso começou a ficar conhecido na Restinga, tocando todos os finais de semana, em eventos típicos da comunidade: festas de 15 anos, aniversários e baladas. 

- E sempre tocando com a aparelhagem dos outros, não tinha grana para comprar a minha. Ao mesmo tempo, eu ainda jogava futebol, mas fui vendo que não era para mim, estava ficando velho (risos). E não tinha como conciliar treinos e a vida de DJ - lembra.

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Parceria

Foi então que ele conheceu um dos nomes mais fortes do funk local, o MC da VR, referência na Restinga. Então, Cardoso iniciou com da VR uma parceria que durou mais de cinco anos.

- Foi um parceiro que me incentivou muito, fizemos grandes trabalhos, Mas, não consegui seguir com ele, comecei a tocar em outras festas e não consegui manter nossa "dupla" - lembra Cardoso.

Curiosamente, ele comenta, sua carreira bombou na Capital quando ele saiu da Restinga e foi morar no Partenon. Aos poucos, juntou dinheiro ganho com os cachês e comprou um iPad, que o ajudou demais nos shows. Como ficou mais conhecido na cidade, abriu shows de nomes como Projota, CPM 22, Marcelo D2 e Strike. 

- Quando tive a chance de tocar fora da Restinga, as coisas mudaram. Hoje, tenho agenda cheia, direto. Acredito que seja fruto do meu esforço, da maneira com que eu falo com o público, consigo sentir a pista, transmito uma energia boa para as pessoas. Toco de tudo, desde sets próprios até remixes - afirma.

Com a chegada da pandemia de covid19, o artista sentiu as dificuldades e passou a trabalhar como motorista de aplicativo, função que mantém ainda hoje, em paralelo com as agendas de finais de semana, que voltaram com força.

- Minha agenda está cheia, de mais ou menos um pra cá. Saí de uma bolha que eu vivia, na Restinga, que a galera fica falando só de funk, crime e outras coisas ruins. Consegui outras festas pelo fato de ter saído desse meio, festas novas, pessoas novas. Hoje, tenho diversos contratantes - comemora.

Pitaco 

O produtor artístico Diego Garcia fala sobre o trabalho do DJ.

- Conheço o trabalho do DJ Cardoso, as melhores festas da noite gaúcha tem que ter seu dedo. Finalmente, o reconhecimento chegou para ele. 

Aqui, o espaço é todo seu

- Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

- Para falar com o DJ, ligue para 98492-4445.







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