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Três décadas no palco

Em turnê de despedida, Skank realiza sua saideira no Rio Grande do Sul

Banda se apresenta nesta sexta e no sábado em Porto Alegre e no domingo em Novo Hamburgo

01/04/2022 - 08h56min

Atualizada em: 01/04/2022 - 08h58min


William Mansque
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Weber Pádua / Divulgação
Skank faz neste final de semana suas últimas apresentações no Rio Grande do Sul

Cantar "macaco cidadão" em vez de "pacato cidadão". Assistir a uma reportagem esportiva com É Uma Partida de Futebol na trilha sonora. Ouvir Resposta e lembrar de ex. Ver algum formando receber o diploma ao som de Vou Deixar. Fundada em 1991, Skank é uma das bandas mais significativas, populares e longevas do pop rock brasileiro. São três décadas servindo temas para os mais variados momentos.

Neste final de semana, o Skank promove sua saideira no Rio Grande do Sul. A banda mineira se apresenta sexta (1º/4) e sábado (2/4), às 21h, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, e no domingo (3/4), às 20h, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. Restam poucos ingressos para os três shows (veja serviço ao final).

O grupo vem ao Estado com sua turnê de despedida. Integrado por Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria), o Skank anunciou o encerramento das atividades em novembro de 2019.

Conforme Samuel, a decisão já vinha sendo planejada há um tempo. O músico destaca que o fim do grupo se dá pelo desejo de cada integrante experimentar novas possibilidades em projetos solo ("Tem um lugar diferente lá depois da saideira"). Ele ressalta ainda que não houve conflitos ou desavenças para essa decisão — foi um término amigável. Não se descarta uma reunião pontual no futuro.

— Continuamos amigos, continuamos nos amando. Estamos tendo todo o cuidado nessa despedida. Devemos fazer shows com clima harmônico, muito mais do que de bandas que estão em atividade. Queremos ser exceção: uma banda que termina bem. Vamos terminar com todo mundo se falando (risos) — diz Samuel (leia a entrevista na íntegra).

Após o anúncio de encerramento do Skank, a turnê de despedida foi marcada para 2020. No entanto, a pandemia adiou os planos de adeus para dois anos depois. Todo o planejamento do grupo precisou ser refeito. 

— Não houve um momento sequer nesses dois anos em que a gente não sentisse saudade da estrada, dos shows, do público, das pessoas que nos seguem, da conexão que acontece com o público há praticamente 30 anos, cantando nossas músicas a plenos pulmões. Skank nunca caiu num período de ostracismo ou ficou muito tempo fora da estrada. Para nós que passamos as últimas décadas viajando, foi muito estranho esse período — conta o vocalista.

Mas a retomada veio após o avanço da vacinação, e pé na estrada pela última vez. Nas apresentações da turnê de despedida, é possível comprovar o tamanho do Skank. Há uma coleção de hits que evidenciam sua versatilidade sonora — em sua discografia, o grupo explorou ritmos como calango, dancehall, eletrônica, entre outros —, ao ponto de cada disco parecer trazer bandas distintas. Por exemplo, em O Samba Poconé o Skank é um, misturando gêneros brasileiros com o rock, enquanto em Cosmotron é outro, promovendo o encontro entre Clube da Esquina e Beatles.

Samuel conta que, nos shows derradeiros, a banda faz um apanhado de vários momentos considerados os mais importantes da carreira e pontua através das músicas suas passagens mais interessantes. Do disco independente de estreia, de 1992, até as produções mais recentes.

— Uma tentativa frustrada, obviamente, de retribuir aquilo que a gente recebeu ao longo desses 30 anos — brinca Samuel. — Essa aura de celebração da banda, fechando um ciclo, gera uma comoção muito grande do público, e nossa também.

Sobre o Rio Grande do Sul, o vocalista garante ter acumulado recordações valiosas, citando as apresentações no Planeta Atlântida e no Gigantinho, as amizades com bandas locais — como Cachorro Grande, Nenhum de Nós e Acústicos & Valvulados —, até momentos curiosos, como uma apresentação no Chuí, no extremo sul, onde ele lembra de ter vestido uma blusa de lã em pleno janeiro. Porém, uma das situações mais marcantes para ele aconteceu em uma das primeiras incursões do grupo pelo Estado.

Samuel frisa que o Skank sempre foi uma banda muito ligada ao futebol — o que se nota em um de seus maiores hits, É Uma Partida de Futebol, e nas conquistas do programa Rockgol. Por causa disso, segundo o músico, as pessoas também se sentiam no direito de ir aos shows do grupo com as suas camisas de time. Em uma apresentação da banda nos anos 1990, não lembra se foi no litoral ou nas cercanias de Porto Alegre, ele viu na plateia inúmeras camisas do Inter e do Grêmio. Aquilo provocou um estalo em Samuel:

— Pensei: "Caramba, olha onde a gente chegou! Estamos falando para a juventude de um outro Estado, que torce pra outros times". Foi emocionante aquilo, ainda mais para quem é tão ligado em futebol. Pô, a gente começou tocando em Minas Gerais, para cruzeirenses e atleticanos. É aquela coisa que dá vontade de você ligar pra mãe ao acabar o show e dizer: "Mãe, toquei pros gaúchos aqui, gremistas e colorados". Foi uma cena muito bonita, que não vai sair nunca da minha cabeça.

Skank - Turnê de Despedida

Porto Alegre:

  • Sexta (1º/4) e sábado (2/4),  às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685). Ingressos pelo site Sympla.

Novo Hamburgo:

  • Domingo (3/4), às 20h, no Teatro Feevale (Universidade Feevale, RS-239, 2.755, Campus II). Ingressos pelo site Uhuu.

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