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Natural de Erechim

Conheça Veigan, o gaúcho com altas habilidades de "Pequenos Gênios", quadro do "Domingão com Huck"

Menino de 10 anos competiu com outras crianças em provas de matemática, memória e raciocínio

19/07/2022 - 09h45min

Atualizada em: 19/07/2022 - 09h45min


GZH
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Globo / Divulgação
Veigan Sisson Mattia, participante do quadro "Pequenos Gênios", do "Domingão com Huck", tem 10 anos e vive em Erechim

Tem mais um gauchinho no quadro Pequenos Gênios, do Domingão com Huck, na TV Globo. No último domingo (17), conhecemos Veigan Sisson Mattia, erechinense de 10 anos que competiu com outras crianças com altas habilidades em provas de matemática, memória e raciocínio. Na semana passada, foi a vez da porto-alegrense Anita.

Em trio com o pernambucano Mauricio e com a paulista Julia, o gaúcho formou a equipe Brainstormers. Apesar de terem se saído bem na prova de soletrar ao contrário, os três acabaram derrotados pelos Quânticos e foram eliminados do quadro apresentado por Luciano Huck.

Durante o programa, Veigan conseguiu montar um cubo mágico em 42 segundos e também falou sobre a afinidade que tem com a música — ele toca violão, guitarra, ukulele, flauta e teclado. Isso porque ele é multipotencial: além do alto QI, o menino faz amigurumis de crochê, luta karatê e não dispensa uma longa leitura. Atualmente, ele está lendo Uma Breve História do Tempo, do físico britânico Stephen Hawking, conforme conta a mãe, a servidora pública Valéria Zanardo Sisson Mattia, em entrevista a GZH.

Estudante da quinta série do Ensino Fundamental na Escola da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI), Veigan é diagnosticado com altas habilidades desde os oito anos. Porém, Valéria  já suspeitava que tinha um pequeno gênio desde que o filho, aos dois anos, conseguiu montar um quebra-cabeça de 60 peças sozinho.

— A gente achava, inicialmente, que era a gente que estimulava ele, porque eu não quis dar para ele um quebra-cabeça de duas, três peças. Eu comecei a dar coisas maiores porque achava que eu precisava estimular. Aí ele foi conseguindo fazer as coisas e a gente começou a perceber que as crianças da idade dele não tinham condições de fazer o que ele fazia — conta Valéria.

Arquivo Pessoal / Valéria Zanardo Sisson Mattia
Veigan Sisson Mattia, do quadro "Pequenos Gênios", do "Domingão com Huck", com os pais e a irmã

Após receber um laudo de uma psicóloga, a família conseguiu passar Veigan da terceira para a quarta série na escola. Hoje, ele recebe atendimento especializado uma vez por semana — tempo que, segundo a mãe, é insuficiente.

— Como eu sei que não tem atendimento na área, eu fico pesquisando na internet e vou em grupo de mães, que a gente se ajuda — relata.

Valéria inscreveu o filho na associação internacional Mensa, que reúne pessoas com pontuação de QI acima de 98% em testes padrão. Apesar dos esforços, há uma barreira financeira, já que a família não consegue arcar com os custos para oferecer a ele todos os cursos que gostaria.

— Em países desenvolvidos, a escola briga por esse tipo de aluno. E aqui a gente não têm essa cultura. Então é um pouco difícil, porque temos de estar sempre estimulando, apresentando coisas novas.

Mais um desafio na escola é o relacionamento com outras crianças. No início do ano, mesma época em que se preparava para o quadro do Domingão, Valéria conta que o filho passou por um episódio de bullying. Por conta disso, ter contato com pessoas como ele durante o quadro foi "muito legal", segundo ela.

 — Ele demonstra a diferença que é estar com crianças que são seus pares, porque eles conversam sobre assuntos que interessam a todos. Às vezes, o Veigan quer conversar algumas coisas com as crianças que não entendem e acaba ficando chato para elas, porque elas não sabem do que ele tá falando.

Apesar de Veigan não ter seguido na competição, Valéria vê a experiência como positiva por jogar luz sobre a questão das altas habilidades. A ideia é que isso contribua para aperfeiçoar a rede de atendimento a pessoas com essa condição.

— A gente tem de lutar para ser reconhecido, porque essa é uma condição que as pessoas não têm conhecimento. Não sabem o que é, não sabem a demanda. Apesar de as escolas terem professoras de atendimento especializado, elas não são capacitadas para atender esse tipo de público, elas estão mais centradas nas crianças que têm dificuldade, que é mais comum — explica.

Veigan compartilha sua rotina em uma conta no Instagram. Por lá, ele também mostrou aos seguidores os bastidores do Pequenos Gênios.



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