Entretenimento



Entrevista

Intérprete do matador Solano em "Pantanal", ator gaúcho Rafa Sieg comemora sucesso: "Dá sentido à minha trajetória" 

Trabalho na novela global marca os 20 anos de carreira do artista, que contou a GZH como foi a aguardada passagem pela trama que é sucesso de audiência

25/09/2022 - 12h20min

Atualizada em: 25/09/2022 - 12h21min


Fernanda Polo
Fernanda Polo
Enviar E-mail
Davi Lacerda / Arquivo pessoal/Rafa Sieg
Sieg com Alanis Guillen nos bastidores da gravação de uma das cenas mais esperadas

Em uma das cenas mais aguardadas de Pantanal, Juma (Alanis Guillen) virou onça e atacou Solano, o matador de aluguel contratado por Tenório (Murilo Benicio) para matar Alcides (Juliano Cazarré), Maria Bruaca (Isabel Teixeira) e integrantes da família Leôncio. Assim, encerrou-se a passagem do gaúcho Rafa Sieg, que deu vida a Solano, pela trama das 21h. Em entrevista à GZH, Sieg contou como foi a passagem pela novela que tem sido sucesso de audiência.

O matador de aluguel apareceu na tela durante três semanas, mas Sieg esteve envolvido com o papel desde maio. Ele passou 15 dias no Pantanal gravando a novela e depois voltou ao Rio de Janeiro para continuar as gravações, que foram encerradas há duas semanas. Para ele, o período foi de pura alegria.

— Eu fiquei muito contente mesmo de saltar para dentro da televisão em um projeto que eu estava gostando de ver, que eu já tinha admiração e que é um sucesso — afirma. — E é muito bacana você ver esse sucesso acontecer, acho que as pessoas estavam com saudade de ter uma novela assim, ter o prazer de sentar para assistir, que é uma coisa tão da nossa tradição.

O ator, que mora no Rio de Janeiro há 15 anos, já foi visto em outras novelas da Globo, como Avenida Brasil e Viver a Vida, e integrou o elenco das séries Cidade Invisível, Desalma e Chuteira Preta. Ele lembra de assistir à versão original da novela quando morava com os avós em Panambi. Sieg estava acompanhando a atual versão quando foi convidado pelo também gaúcho Gustavo Fernandes, diretor artístico de Pantanal, com quem já havia trabalhado em outras novelas, para se juntar à trama.

Mas entrar nesse sucesso não foi uma tarefa fácil, e sim carregada de responsabilidade. Para ele, a barra estava elevada devido ao nível de atuação dos artistas — o que, ao mesmo tempo, foi motivador. 

— O ator quer isso. Você quer construir isso ou quer entrar em um jogo bom desses. Eu tenho 20 anos de carreira, então estive trabalhando para isso há muito tempo. E fiquei muito feliz com o feedback das pessoas com quem trabalhei. Dá sentido à minha trajetória — explica.

Mesmo chegando em um projeto que já estava em andamento, com um elenco unido, destaca que foi recebido de braços abertos por toda a equipe.

— Tudo colaborou. Eu acho que o meu momento, a alegria de fazer parte e acreditar no projeto, saber que é um projeto de sucesso e ser bem recebido pelas pessoas também foi fundamental — acrescenta.

Com apenas 15 dias para se preparar para o papel, Sieg assistiu a algumas cenas da exibição original para compreender o arco do personagem que assumiria — cujo nome, inclusive, era outro: Teodoro. O ator lembra que as duas versões têm características diferentes e que não tinha um compromisso de repetir o que Fausto Ferrari havia feito anteriormente.

— Tive muita liberdade. O único pedido da direção do Gustavo foi: "Você tem de convencer tanto os espectadores quanto os personagens de que você é inocente", imprimindo muito mais o inocente, nesse sujeito pacato, do que o violento, que era o que viria depois escancaradamente — afirma.

Sieg tem em seu currículo mais de 40 projetos no meio audiovisual, entre séries e filmes, e 20 anos de trabalho no teatro. Apesar de ter atuado em outras novelas, afirma que Pantanal, sem dúvidas, foi diferente, pelo retorno que está tendo e pela importância do personagem dentro da trama — com uma "curva" que todo ator procura.

A diferença está também na dinâmica de produção, com um set mais parecido com o ambiente de cinema e de séries — o que confere um cuidado maior à produção, na visão do artista, com uma entrega de qualidade em termos de imagem, narrativa, texto e teledramaturgia.

Reação intensa nas redes sociais

As aparições de Solano mexeram com os ânimos da internet, e a cena de sua morte foi bastante comentada pelos "pantaneiros" (apelido dos seguidores mais fervorosos da novela). Sieg afirma que ainda está observando a reação do público nas redes sociais, mas percebe um sentimento ambíguo, dividido entre ódio pelo personagem e elogios ao seu trabalho. Contudo, ressalta que está aberto a receber os comentários de uma maneira positiva. 

— Eu nunca tinha tido um retorno desse. Claro que as redes hoje facilitam, e também julgam tudo muito rápido, mas eu fico feliz, está tendo uma repercussão ótima, as pessoas estão gostando do trabalho, de ver também um ator relativamente novo na televisão — afirma, lembrando que a cena de sua morte, na qual Juma se transforma em onça, era uma das mais esperadas. — Ver o vilão ser punido, as pessoas sempre gostam disso. Então está sendo muito legal.

Por fim, com o encerramento de sua participação na novela, Sieg conta que o sentimento que fica é uma felicidade tranquila, por ter entregado o que havia acumulado dentro de si durante muito tempo — uma vontade de se arriscar, de soltar a corda de qualquer segurança que poderia ter enquanto ator, confiando em seu trabalho e no dos colegas.

— É um desejo imenso o de continuar fazendo televisão, que é um lugar que ainda estou descobrindo, mesmo já estando nessa roda há muito tempo. Acho que agora eu estou muito mais apaixonado por esse fazer do que nunca — completa.

Próximos passos

A agenda do ator já está cheia de planos para os próximos meses. Ainda em 2022, ocorrerá a estreia da segunda temporada da série Chuteira Preta – Jogos Ilegais, da Amazon Prime Video, da qual participa. Haverá também a estreia do filme Meninas não choram. Em 2023, chega o tão esperado longa-metragem Nosso Lar 2, filme que aborda a espiritualidade e a vida além da morte. 

Outros projetos estão em fase de produção para estreia no próximo ano, como a série Centro Liberdade, que retrata o movimento para evitar o fechamento de um centro comunitário de um bairro humilde da periferia de Porto Alegre; e o longa Vinchuca, uma co-produção Brasil-Argentina.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias