Estrelas da Periferia
Batucada diferenciada: Grupo SOS vai comemorar duas décadas de estrada em maio
No ritmo do pagode e do samba, artistas de São Leopoldo preparam novidades para este ano
Tudo começou com uma brincadeira entre amigos, em maio de 2003, que se reuniam para fazer rodas de samba no bairro Rio Branco, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Mas o ritmo da batucada logo se espalhou por todos os cantos. Hoje, Leonardo Fernandes dos Santos, 32 anos, Evandro Henrique da Silva, 37, e Bryan Borges, 27, todos vocalistas e instrumentistas, não vivem longe do Grupo SOS.
– A gente se reunia para fazer samba, sem pretensão de virar algo sério. Aí, começamos a tocar semanalmente em uma casa. Logo, foram aparecendo outras, tudo começou a se estruturar, ficou sério – relembra Leonardo.
Em pouco tempo, o Grupo SOS passou a se apresentar por toda a Região Metropolitana. O ziriguidum, que teve início despretensioso, se consolidou.
– O nosso forte é a batucada, né? Bem refinada, com uma malandragem. Isso se destaca por onde a gente passa, é a nossa identidade – afirma Leonardo.
Inspirados em Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Exaltasamba, Turma do Pagode e, principalmente, no Grupo Revelação, o primeiro DVD do SOS foi lançado em 2019, com diversas músicas autorais. O projeto deu início a uma série de shows por todo o Estado. A seleção das músicas que são gravadas é bem rigorosa, para ter boa aceitação do público.
– Temos compositores no grupo, mas também recebemos composições de amigos. O processo é bem delicado, escutamos todas as canções e selecionamos uma por uma, escolhemos a dedo – explica Leonardo.
Ao lado dos ídolos
As inspirações musicais se tornaram colegas de palco.
A convite de um amigo, que trabalhava em uma produtora musical, o SOS fez a abertura de diversos shows em Porto Alegre e na Região Metropolitana, como de Exaltasamba, Raça Negra, Pixote, Belo, Turma do Pagode e Mumuzinho.
– É outro mundo, outra estrutura. Olhando os bastidores, o pré e o pós-show, é tudo que a gente quer viver, né? Em todos, foi um sonho! Nunca tínhamos tocado para tanta gente – revela Leonardo.
Perseverança
Com o início da pandemia, em 2020, alguns integrantes optaram por deixar o SOS, o que causou incerteza sobre o futuro do grupo. À frente da banda desde o início, Leonardo reuniu a formação atual para seguir sonhando com a música.
– Vamos fazer 20 anos agora, já vimos muitas bandas começarem e terminarem. Foram momentos delicados, viver de música na pandemia, né? Mas, reestruturamos a banda e conseguimos seguir, desistir nunca! – conta.
Aos poucos, as coisas começaram a fluir novamente para o grupo, que realizou quatro lives durante a pandemia, o que gerou uma renda para manter os integrantes naquele momento.
Em 2021, o SOS ainda gravou seu segundo projeto audiovisual, Nossa Playlist, na praça central de São Leopoldo.
– Nossa Playlist abriu um leque de oportunidades, tinha duas mil pessoas na gravação. Fizemos mais covers, mas foi uma roda de samba bem solta, foi muito bacana – diz.
O projeto terá sequência neste ano, com a gravação do Nossa Playlist 2 agendada para abril. O grupo ainda prepara um EP com músicas autorais para o fim do ano.
– Nossa Playlist 2 vai ter um repertório totalmente diferenciado, algo que não vimos na região. Vai surpreender a galera, vamos misturar algumas coisas, como pagode e pop, é o que eu posso dizer agora – pontua Leonardo.
Com apresentações agendadas em todos os finais de semana em casas de Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre, o Grupo SOS sonha em rodar o Brasil.
– Queremos conquistar reconhecimento nacional, emplacar músicas na internet, nas rádios, na TV, seria o ápice – finaliza.
Pitaco de Quem Entende
Amanda Souza, editora de Variedades do DG e comunicadora da rádio 92 (92.1 FM), comenta sobre o som da turma:
– O ritmo do Grupo SOS é contagiante. É o tipo de som que a gente pode curtir o dia todo, que não cansa. Além disso, os vocais estão muito bem encaixados.
AQUI, O ESPAÇO É TODO SEU!
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*Produção: Lucas de Oliveira