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Estrelas da Periferia

Tradicionalismo na veia: conheça o cantor e acordeonista Desidério Souza

Natural de São Luiz Gonzaga, artista herdou do avô e do pai o amor pela música.

16/01/2024 - 14h27min

Atualizada em: 17/01/2024 - 10h54min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Andrina Iolanda Lopes / Divulgação

O Estrelas da Periferia pede licença à coluna vizinha, o Piquetchê, e conta hoje a história de um cantor, acordeonista e arranjador que saiu da região das Missões para mostrar seu trabalho para além das fronteiras. Na família de Desidério Souza a música passa, literalmente, de pai para filho. O avô, de quem herdou também o nome, é citado em uma canção famosa na voz de Pedro Ortaça e também gravada pelo grupo Os Serranos, Bailanta do Tibúrcio (“Os gaiteiros que eram buenos davam a mostra do pano /  Carlito e o Desidério, o Felício e o Bibiano”). Desde os oito anos, o pequeno Desidério "andava pela casa arrastando as gaita", conta, com o marcante sotaque de São Luiz Gonzaga.

Atualmente, o músico de 40 anos empunha a gaita oito baixos, além do violão, que também faz parte de sua trajetória musical. Aos 10 anos, já tocava no conjunto Os Lendários, de Santa Rosa.

– O tradicionalismo eu trago desde criança, me criei no CTG, ganhei muitos prêmios em nome do Galpão de Estância de São Luiz Gonzaga – conta, do alto de seus 30 anos de carreira.

Ao longo das três décadas, Desidério vem levando sua arte para além das fronteiras do Rio Grande do Sul. Passou por Argentina, Uruguai e Paraguai, e, há quatro anos, é o representante gaúcho no Mato Grosso do Sul, tocando chamamé em festivais e encontros de chamamezeiros da região:

– É uma imensa satisfação e alegria estar podendo levar a nossa música, nossa cultura, nossa arte para outros povos, além das fronteiras! Não tenho nem palavras para descrever a emoção quando pego a minha gaita e canto fora do meu pago!

Aprendizado

O artista relembra com carinho tudo o que aprendeu tocando com grandes nomes da música tradicionalista, como Nenito Sarturi, Miguel Marques e Xirú Missioneiro. Em 2019, começou carreira solo, largando o serviço público na prefeitura de São Luiz Gonzaga para dedicar-se exclusivamente ao que mais ama fazer, tocar e cantar: 

– O que mais me dá gratificação é quando encontro alguém que me reconhece por uma música minha, de um show, de um festival, pela minha atuação, também nas inúmeras mensagens que recebo diariamente em minhas redes sociais.

O ano mal começou e Desidério já mostra que estará em várias querências.

– Em 2024, já tenho agendado rodeios, festivais, shows no Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Paraguai e Chile – conta, e diz que ainda quer mais:

– Quero lotar a minha agenda, ter um ano todo de shows por esse mundão afora, levando alegria para as pessoas e me qualificar cada vez mais na minha arte!

Colaborou: Camila Mendes

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PITACO DE QUEM ENTENDE

Neto Fagundes, apresentador do Galpão Crioulo, opina sobre Desidério:

– Carrega na alma a sua essência e traduz nas músicas o retrato da sua querência!


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