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Entrevista

Cheinho de charme: Ricardo Tozzi por trás da fama

Galã fala sobre o sucesso de Fabian e Inácio, de Cheias de Charme

08/07/2012 - 14h20min

Atualizada em: 08/07/2012 - 14h20min


Ator largou carreira de sucesso nos negócios para se dedicar à arte

- A vida é uma só e é muito curta. A gente tem que tirar o máximo dela.

A frase poderia ter sido extraída de um livro de autoajuda ou de uma palestra motivacional, mas foi dita, com toda propriedade, por Ricardo Tozzi, um ator de 36 anos, dono de uma trajetória de vida digna de novela. Atualmente fazendo sucesso com dois personagens em Cheias de Charme - o batalhador Inácio e o deslumbrado Fabian -, o galã teve um passado profissional bem distante dos holofotes: era um grande executivo da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo.

Formado em Administração de Empresas, Ricardo Tozzi trabalhava, em média, 12 horas por dia como gerente-geral de operações da entidade de negócios e, apesar de ser bem-sucedido e de ganhar um salário invejável, largou tudo para virar ator:

- Trabalhei lá dez anos. Meu salário era ótimo. Tinha uns 27 anos, estava no auge da carreira, mas sentia que precisava mudar de vida. Foi quando resolvi fazer, escondido, um curso de teatro. Não contei para ninguém porque não queria abalar a minha credibilidade como executivo - conta Ricardo, que chegou a dar entrevistas para a TV Globo sobre macroeconomia e assuntos financeiros.

Na mesma época, começou a pintar quadros. Não por influência do tio, o prestigiado artista plástico Claudio Tozzi - com quem não tem muita proximidade -, mas para dar vazão aos anseios artísticos que pulsavam em suas veias. O resultado? Todas as obras foram expostas em uma galeria de arte e vendidas em duas semanas.

- Precisava de uma válvula de escape. Pintava não para vender, mas para fazer algo só pra mim. Um amigo meu, dono de galeria de arte, resolveu expor os quadros. Mas nunca tive pretensão de ser artista plástico - explica o moço nascido em Campinas, no interior de São Paulo.

A hora da mudança chegou depois de quatro anos de estudo

A transição de homem de negócios para homem das artes dramáticas não foi fácil. Após quatro anos de curso de teatro e algumas peças amadoras no currículo, Ricardo sentiu-se pronto para tentar a sorte na carreira artística: fez um teste para a Oficina de Atores da TV Globo e conquistou a aprovação.

A parte difícil foi contar à família e ao chefe que abandonaria o seu alto cargo de executivo para dedicar-se, em tempo integral, às artes cênicas:

- Minha família não apoiou em nada minha decisão. Eles são tradicionais e tinham muito orgulho do que eu tinha conquistado. Meus pais quase enfartaram. Quando fui pedir demissão no trabalho, meu chefe falou: "Você está louco! Vai fazer esse negócio de teatro, e, aí, a gente tenta conciliar..." - relembra, aos risos, o ator que estreou na televisão em 2005, na novela Bang Bang, como o médico Harold Phinter.

Sem arrependimento por ter trocado de profissão

Agora, com sete anos de carreira e tendo acumulado atuações em séries e novelas como Pé na Jaca (2006), Caminho Das Índias (2009) e Insensato Coração (2011) - nesta, fez sucesso como o cômico Douglas, assediado pela tarada Bibi (Maria Clara Gueiros) -, Ricardo não se arrepende de ter mudado tão bruscamente o rumo da sua vida:

- Sou 100% realizado. Foi a melhor coisa que fiz.

Ator adora ser abordado pelos fãs, nas ruas

Se, antes, Ricardo só precisava preocupar-se com números, cotações e estatísticas, agora, tem de lidar com as consequências da fama, que incluem assédio de fãs e dos paparazzi:

- Simplesmente, não lido com a fama. É tudo tão supérfluo... A fama é fruto do trabalho, mas, depois que acaba, em três meses, você é esquecido. Mas adoro ser abordado pelas pessoas nas ruas, adoro quando me cumprimentam: "E aí, Fabian?". Isso é reflexo de um trabalho benfeito - diz o ator, que é reservado e não gosta de falar sobre vida pessoal.

Tão diferentes!

Fabian e Inácio são personagens completamente diferentes, tanto na personalidade quanto na aparência.

Um é um ídolo sertanejo, vaidoso e deslumbrado. O outro, um motorista pé no chão, de hábitos simplórios e sujeito a crises de ciúme.

Inácio sabe o que quer, enquanto Fabian é pura insegurança

Para Ricardo, a dificuldade de encarná-los é justamente livrar-se dos resquícios de cada um e conseguir dar contraste a duas personalidades tão opostas.

- Inácio é um cara que sabe quem ele é. Batalhador, vive uma vida de verdade. Já Fabian é inseguro. No palco, arrebenta, mas, na vida pessoal, não sabe como agir - explica o ator.


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