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Arlindo é do batuque, do samba... Ele é de todos!

Sambista que faz sucesso nos palcos e na telinha da TV Globo lança o álbum Batuques do Meu Lugar, com a participação de amigos especiais

18/11/2012 - 14h01min

Atualizada em: 18/11/2012 - 14h01min


José Augusto Barros
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Conhecido por nunca esquecer as suas origens e por exaltar as crenças brasileiras em suas músicas, Arlindo Cruz lança o álbum Batuques do Meu Lugar

Conhecido por nunca esquecer as suas origens e por exaltar as crenças brasileiras em suas músicas, Arlindo Cruz lança o álbum Batuques do Meu Lugar (CD ao preço médio de R$ 19, e DVD, R$ 30), homenageando batuques de diversas partes do país, e o seu bairro, Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, sem esquecer de parceiros históricos, como Zeca Pagodinho e Sombrinha.

Aos 54 anos, o carioca conversou com o Diário Gaúcho por telefone, do Rio. Falou do DVD com participações especiais, das composições do hino das Olimpíadas de 2016 e da música do mascote da Copa do Mundo de 2014, o tatu-bola, e sobre a exposição constante na TV Globo.

Participações de luxo

O álbum tem abertura de Regina Casé e divide-se em cinco momentos. Cada um deles conta com participações especiais de Zeca Pagodinho, Alcione, Caetano Veloso, Rogê, Seu Jorge, Marcelo D2, Sombrinha e Arlindo Neto, o Arlindinho, filho do bamba.
O artista derrama-se em elogios para os seus convidados:

- Zeca e Sombrinha são meus parceiros de mais de 30 anos. Sem mais (risos). O Caetano passou um pouco de bossa nova para o meu DVD. E o Marcelo D2 é o rapper mais sambista do país.

Com influências bem brasileiras

Batuques do Meu Lugar, gravado ao vivo no Rio, no mês de junho, traz um apanhado da carreira do bamba, um dos fundadores do Fundo de Quintal. No disco, canções como a faixa-título, Deixa a Fumaça Entrar e Banho de Fé trazem uma viagem pelos batuques brasileiros, tendo como cenário o Terreirão do Samba, local das célebres festas da Tia Ciata (cozinheira e mãe de santo cuja casa é tida como o berço do samba carioca), onde os negros faziam os antigos carnavais.

- É um apanhado (o álbum) de tudo que eu aprendi nesses tempos e de tudo que vivi. Tem a influência de batuques do Brasil inteiro, do Rio e de Madureira, que é o meu lugar - conta Arlindo, falando do local homenageado em várias canções suas, como Meu Lugar.

No bairro carioca, Arlindo cresceu e conheceu Mestre Candeia, que o iniciou na arte de compor.

Envolvido na Copa e nas Olimpíadas

É de Arlindo, ao lado de Arlindo Neto e do cantor carioca Rogê, a autoria do hino das Olimpíadas de 2016: Os Deuses do Olimpo Visitam o Rio de Janeiro.

- Tive a ideia de contar a história de turistas que visitam o Rio e ficam fascinados com a beleza da cidade - explica o artista.

O mesmo trio também assina a composição da música do mascote da Copa do Mundo de 2014, o tatu-bola, que será batizado como Amijubi, Fuleco ou Zuzeco, de acordo com a votação do público no site da Fifa. A canção Tatu Bom de Bola fala das qualidades do animal, ao mesmo tempo que o compara com o jeito de jogar dos brasileiros. No ritmo do samba e com um pouco de xote e de embolada, a música é cantada por Arlindo e tem um coro de crianças para dar mais vivacidade.

- É uma exaltação ao futebol e uma maneira de defendermos os animais - conta Arlindo.

Sucesso na telinha da Globo

O título de queridinho da TV Globo não o incomoda. Pelo contrário! Arlindo até torce para que o seu Samba da Globalização consolide-se na programação da emissora.

- Já estamos indo para o sexto ano. É sensacional - comenta.

Além disso, Arlindo foi presença constante no Esquenta!, neste ano. O programa de Regina Casé, aliás, deve voltar ao ar no mês que vem.

- A exposição na tevê aumentou a procura pelo samba, até dos intérpretes. Por exemplo: a Maria Rita gravou músicas minhas, e já fiz shows com gente tão diferente como Frejat, Lenine, Ed Motta...

E quando vem pra cá?

Com fãs ardorosos no Rio Grande do Sul, Arlindo Cruz promete voltar o quanto antes:

- Ainda não tenho confirmação oficial, mas, em janeiro, devemos aparecer (para um show). Sempre que vou aí, sou bem recebido em lugares como a quadra da Imperadores (do Samba), a Banda da Saldanha, o Opinião.


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