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O sucesso do hot dog

É o cachorro-quente nosso de cada dia: dá água na boca!

Delicioso, prático, barato e muito popular, o cachorro-quente está mais em alta do que nunca

02/11/2013 - 10h27min

Atualizada em: 02/11/2013 - 10h27min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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Graças ao sucesso que a van de hot dog da Márcia (Elizabeth Savalla) tem feito em Amor à Vida, o lanche está maid o que na moda. A ex-chacrete deixa todo mundo com água na boca - dos fregueses ao seu amado, Gentil (Luis Melo), que passou a adorar o lanche depois que a conheceu, chegando, inclusive, a vendê-lo na van com ela!

Na vida real, não é diferente. Quem não fica salivando só de passar por uma carrocinha e sentir aquele cheiro inconfundível de molho com salsicha e todos os seus combinados?

Pois o lanche e a história de Márcia fazem tanto sucesso que Retratos da Fama saiu às ruas de Porto Alegre em busca de gente que, assim como ela, vive da venda de cachorro-quente. Convidamos Pinheiro Machado, o famoso Anonymus Gourmet da RBS TV e TVCOM, para conhecer essas histórias e provar os hot dogs, destacando os pontos fortes de cada um deles.

Conheça ainda algumas teorias sobre a origem desta delícia, explicadas pelo próprio Anonymus Gourmet! Servidos?

CONFIRA O VÍDEO COM O ANONYMUS:


Tetê e Gentil que se cuidem!

Ernane e Janete Froeder, do Bairro Humaitá, não perdem um capítulo de Amor à Vida e divertem-se a cada aparição de Márcia e de Gentil. Isso porque rola uma identificação do casal da vida real com a dupla da novela. Há nove anos, Ernane e Janete vivem da venda de cachorro-quente. Há quatro, têm o Parcão Dog em um ponto no Bairro Menino Deus, onde longas filas se formam diariamente, nos mais variados horários, tamanho o sucesso que o cachorro do casal faz com a clientela.

- Um taxista nos chama de Tetê (apelido da personagem na trama) e Gentil, e a brincadeira pegou! Quando o Ernane não está aqui, brincam comigo: "com qual das outras duas mulheres ele está agora?" - leva na boa Janete, em referência ao personagem de Luis Melo, que é um mulherengo.

A vida do casal melhorou 100% com a venda da delícia

Ernane gaba-se de outra semelhança com a história de Walcyr Carrasco.

- A Márcia sempre diz que construiu tudo que tem com a venda de hot dog. Com a gente, também foi assim. Eu não tinha nada, vivia com uma mão na frente e a outra atrás. Consegui ajeitar a minha vida com a renda dos cachorros-quentes e ainda vou conseguir mais! Se eu soubesse que faria tanto sucesso, já estava nesse ramo há mais de 20 anos! - comemora.

O casal aposta no molho como o segredo do sucesso do seu produto, mas não revela a receita por nada! Pelo jeito, eles têm razão, afinal, o ingrediente conquistou Anonymus Gourmet:

- O molho é sensacional! É diferente, tem um sabor de ingredientes naturais e um toque de pimenta interessante. Eles usam a pimenta para marcar presença no molho, mas não fica agressiva. Têm toda a razão em manter o segredo!

- Onde: esquina da Bastian com a Praia de Belas, no Bairro Menino Deus

- Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h30min às 18h. Sábado, das 10h às 16h30min

- Preço: de R$ 5 a R$ 6

- Produção diária: 300 hot dogs

"Melhor do que o da Márcia"

Na esquina da República com a Lima e Silva, na Cidade Baixa, funciona, há 27 anos, o Dog da República. Antes disso, havia ali uma carrocinha, até Renato Caetano da Silva, o atual proprietário, que mora no bairro, comprar o ponto e transformá-lo no sucesso que é hoje. Quem prepara os hot dogs, diariamente, é o seu filho Fernando Rocha, 21 anos:

- Tudo o que temos até hoje, o meu pai conquistou graças ao cachorro-quente. Depois que deu certo aqui, ele conseguiu abrir outros estabelecimentos no ramo da alimentação. Mas tudo começou com os cachorros.

Em 15 segundos, e já está pronto!

Fernando confessa que pouco assiste à novela das nove, porque, neste horário, está trabalhando. Mas já viu as cenas de Márcia e se identifica com os momentos em que ela está atordoada tentando dar atenção para todos os clientes.

- Tem horas que o movimento é muito forte, e a fila fica enorme! Tem que ser rápido. Costumo preparar um cachorro-quente em 15 segundos - orgulha-se Fernando, que ainda tira onda da concorrência...

- Aposto que o meu é melhor do que o da Márcia! - diz, aos risos, elegendo a maionese e o molho os pontos altos do seu hot dog.

A agilidade de Fernando chamou, inclusive, a atenção de Pinheiro Machado.

- A rapidez no preparo é uma qualidade fundamental para trabalhar com lanche rápido. Quanto ao cachorro-quente, o ponto forte é o sabor da linguiça - destaca.

- Onde: esquina da República com Lima e Silva, na Cidade Baixa

- Horário de funcionamento: de domingo a quarta, das 11h às 2h30min. De quinta a sábado, das 11h às 6h

- Preço: de R$ 5 a R$ 10

- Produção diária: 600 cachorros-quentes, aproximadamente

Carrocinha de luxo

Em certo momento de Amor à Vida, Márcia chegou a vender seus hot dogs na parte de trás de uma Brasília velha. Perdeu clientela por conta da aparência do veículo e sensibilizou Gentil, que lhe deu uma van zerinho. Na vida real, seu Antônio José, que, há 15 anos, ocupa o mesmo ponto no Centro da Capital com o Super Dog, também já viveu tempos de vacas magras vendendo seus cachorros em uma towner que ele classifica como "horrível de trabalhar".

Por isso, orgulha-se do furgão novinho, espaçoso e todo equipado, inclusive com sistema de refrigeração, que adquiriu há seis anos. Uma entre tantas conquistas suas que veio com a renda dos seus hot dogs.

Tudo limpinho! Imagem e apresentação também contam

No dia a dia, quem prepara o cachorro-quente do Super Dog é a sua sobrinha, Iris Pohlmann, ao lado de Juliana dos Santos, mas ele está sempre de olho, supervisionando tudo.

- Foi a decisão mais acertada que eu tomei, a de comprar aquela towner. E melhor ainda foi trocá-la pelo furgão. O sucesso do negócio está na combinação de qualidade dos produtos, atendimento e apresentação do local, onde o cliente vai comprar - destaca o proprietário, que mora no Centro.

E foi isso que o Anonymus apontou como o diferencial do Super Dog:

- Me chamou a atenção a limpeza, a infraestrutura e a ordem do lugar, que é muito organizado. O conjunto do cachorro-quente é muito harmonioso. A combinação do molho com a salsicha e os temperos têm um resultado muito bom, é difícil destacar um único item.

- Onde: Praça Raul Pilla, entre o final da Salgado Filho e o começo da João Pessoa, no Centro

- Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h à meia-noite. Aos finais de semana, "é facultativo", como explica Antônio

- Preço: de R$ 3,50 a R$ 4,50

- Produção diária: cerca de 500 unidades

Variações da mesma gostosura

- Em São Paulo, onde se passa a novela, cachorro-quente é chamado de hot dog. Em Porto Alegre, embora chamemos de cachorro-quente, é comum ver carrocinhas com a expressão em inglês. Nesta reportagem, por exemplo, todos os pontos visitados levam a expressão "dog".

- Por aqui, salvo algumas exceções, os ingredientes mais tradicionais variam entre milho, ervilha, tempero verde, batata palha e queijo ralado. Já em São Paulo, é comum servirem com purê de batatas, bacon e até creme de milho!

NEGÓCIO

- Em Porto Alegre, quem concede a licença para o trabalho de vendedor ambulante - categoria na qual se enquadram as carrocinhas de cachorro-quente, é o Setor de Licenciamento de Atividades Ambulantes, da Secretaria da Produção, Indústria e Comércio (Smic). Funciona na Avenida Osvaldo Aranha, 308, no Bairro Bom Fim.

De onde veio?

Quem inventou e em que país foi criado esse item genial da gastronomia? Estados Unidos e Alemanha brigam pela primazia, mas sabe-se quem batizou a "criança": o termo hot dog (cachorro-quente) foi inventado pelo norte-americano Harry Stevens. Ele mandou seu empregado comprar todas as salsichas que encontrasse e o mesmo número de pães. Seus vendedores iam para as ruas com um carrinho que tinha a inscrição: "compre suas salsichas dachshund, enquanto estão quentes e vermelhas!". O desenho no carrinho era um dachshund (cachorro com pernas curtas e corpo pequeno e comprido) latindo no meio de um pão. Como o desenhista não sabia escrever aquele complicado nome, deixou "hot dog".

Outra história é sobre o imigrante alemão Charles Feltman, que teria levado as salsichas para os Estados Unidos por volta de 1880. Lá, criou um sanduíche quente com pão, salsicha e molhos.

Ainda há quem defenda que o cachorro foi introduzido pelo vendedor Anton Feuchtwanger, em St. Louis, em 1904. Ele vendia salsichas quentes e dava a cada cliente uma luva de algodão para não queimarem as mãos. Como não devolviam as luvas, ele começou a ter prejuízo. Pediu, então, ao cunhado, um padeiro, que fizesse pães na medida de uma salsicha.


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