Copa 2014 - Liga dos Fanáticos



Série História das Copas

Do sonho ao espetáculo: conheça como foi a evolução das Copas do Mundo

Competição que iniciou em 1930 cresceu muito e hoje conta com 32 competições que virão ao Brasil em junho

04/01/2014 - 10h02min

Atualizada em: 04/01/2014 - 10h02min


Lance do jogo Brasil, de branco, e França na Copa do Mundo de 1938 em que os brasileiros ficaram em terceiro lugar

Quem vê hoje em dia o verdadeiro espetáculo que a Copa do Mundo se tornou muitas vezes não imagina como era no começo. Certamente, os idealizadores de uma competição entre países jamais imaginaram no que se transformaria o torneio.

O futebol já se espraiava pelo mundo quando, em 1904, dirigentes esportivos de Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Suécia e Suíça criaram a Fifa. Um dos
primeiros objetivos era criar uma competição de seleções nacionais. No ano seguinte, foi aberta a primeira inscrição para uma Copa do Mundo.

Sem interessados, porém, o sonho foi adiado por vários anos. Depois da Primeira Guerra (1914-1918), o francês Jules Rimet assumiu a Fifa e passou a trabalhar na ideia de um Mundial. Dez anos após o fim do conflito, ao saber que a ideia da competição estava para sair do papel, o embaixador uruguaio Enrique Buero procurou a Fifa e ofereceu seu país para ser sede da Copa. Apresentou um bom motivo: o Uruguai era o atual bicampeão olímpico de futebol.

O martelo foi batido em maio de 1929, pouco mais de um ano antes do pontapé inicial da competição - em 13 de julho de 1930, na partida França x México. Foi o primeiro de uma história que começa a ser contada a partir desta edição até abril, pelo Diário Gaúcho.

Taças

Nas suas 19 edições, a Copa do Mundo teve duas taças. O primeiro troféu, que passaria a ser o sonho das seleções e torcedores ao redor do mundo, foi criado pelo francês Abel Lafleur. Com 30cm de altura e 4kg, foi batizado de Vitória das Asas de Ouro.


A primeira taça Jules Rimet, à esquerda, e a nova versão de Gazzaniga

A escultura levou sete meses para ficar pronta. Depois de alguns anos, passou a se chamar Jules Rimet, em homenagem ao presidente da Fifa e idealizador da Copa. O
país que conquistasse três Mundiais ficaria de posse da Jules Rimet em definitivo. O
que aconteceu em 1970, com o Brasil.

Assim, uma nova taça passaria a ser disputada a partir de 1974. Dessa vez, a Copa do Mundo Fifa, nome do troféu criado pelo italiano Silvio Gazzaniga, passaria a ser itinerante.

Os furtos da Jules Rimet

A Jules Rimet foi furtada duas vezes. A primeira em 20 de março de 1966, em Londres. O escândalo da época ficou por conta da Scotland Yard, considerada uma das melhores polícias do mundo, que não resolveu o crime. A taça foi achada sete dias depois por um cachorro que passeava com seu dono próximo a uma lata de lixo no sul de Londres.

Já de posse definitiva do Brasil, o troféu foi novamente furtado, dessa vez, para sempre, em 20 de dezembro de 1983. A taça foi levada da sede da CBF, no Rio. Alguns dias depois, veio a notícia de que a Jules Rimet havia sido derretida e seu ouro, vendido.

Mascotes

Eliminatórias

Criar uma Copa do Mundo não foi o mais difícil. Decidir quais países iriam disputá-la
era o problema. De início, ficou decidido que, a cada edição, o país sede estaria garantido no Mundial. E a partir da segunda Copa, o campeão também - isso só mudou a partir de 2002.

Os demais concorrentes teriam que passar por partidas classificatórias. Porém, na primeira edição, devido a disputas políticas internas da Fifa e à distância do Uruguai do Hemisfério Norte, as seleções europeias que participaram do Mundial só o fizeram a
pedido do presidente da Fifa, Jules Rimet. 

África e Ásia entram na roda

Mas, a partir da segunda Copa, em 1934, na Itália, com o número de filiados aumentando ano a ano, a Fifa passou a organizar as Eliminatórias. Os jogos classificatórios sempre tiveram grupos organizados de forma geográfica, classificando um ou dois países para a fase final do Mundial.

O mesmo sistema é usado ainda hoje, com mudanças no número de vagas por cada
continente - a África e a Ásia passaram a ganhar vagas próprias, o que transformou a
Copa realmente em do Mundo.

Fórmula

A fórmula de disputa das Copas mudou ao longo dos anos. Mas com exceção dos Mundiais de 1934, na Itália, e 1938, na França, a primeira fase sempre foi marcada pelos disputa dentro dos grupos. Entenda como o formato da competição mudou ao longo dos anos.

Como foi
1930 - Eram para ser 16 seleções, mas três desistiram. Um grupo teve quatro seleções e três com três, os primeiros de cada chave passavam para as semifinais.
1934 e 1938 - Com 16 times na disputa. Ficaram em oito grupos de dois, os vencedores passam de fase. Mas em 1938, devido à invasão da Áustria pela Alemanha meses antes da Copa, a Suécia entrou direto nas quartas de final
1950 - Novamente 16 seleções, com três desistências. Ficaram, assim, dois grupos de quatro, um de três e um de dois, passando um de cada chave para o quadrangular final.
1954 - A Fifa complicou a fórmula. Foram quatro grupos de quatro, com dois cabeças
de chave cada que não se enfrentavam. Os dois melhores se classificavam para as
quartas de final.
1958 a 1970 - Quatro grupos de quatro. Os dois melhores de cada chave passavam
para as quartas de final.
1974 e 1978 - Primeira fase igual às anteriores, com as 16 seleções divididas em quatro grupos. Na segunda, eram formados dois grupos de quatro, dos quais os primeiros colocados disputa a final.
1982 - Cumprindo uma promessa que fez ao ser eleito presidente da Fifa em 1974, João Havelange aumentou o número de participantes para 24. Assim, a primeira fase fica com seis grupos de quatro, com os dois primeiros passando adiante. Esses
12 times foram distribuídos em quatro grupos de três, com o primeira de cada chave passando para as semifinais.
1986 a 1994 - Novamente, seis grupos de quatro, mas uma novidade para a fase seguinte. Além dos dois primeiros de cada grupo, os quatro melhores terceiros colocados passam para as oitavas de final.
1998 até agora - A Fifa volta a aumentar o número de participantes. Assim, a Copa passou a ter 32 seleções divididas em oito grupos de quatro, com dos dois primeiros de cada grupo passando adiante.

Campeões

Brasil, penta - 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002
Itália, tetra - 1934, 1938, 1982 e 2006
Alemanha, tri - 1954, 1974 e 1990
Uruguai, bi - 1930 e 1950
Argentina, bi - 1978 e 1986
Inglaterra - 1966
França - 1998
Espanha - 2010


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