Tá chegando a hora
Clima da Copa já invade as ruas de Porto Alegre
Diário Gaúcho apresenta iniciativas que já colocam a cidade na onda do Mundial
A menos de 20 dias para a Copa do Mundo, o clima é de aquecimento em Porto Alegre. Algumas ações isoladas tendem a servir de incentivo para outras regiões. Afinal de contas, um Mundial no Brasil não ocorre a cada quatro anos. No Bairro Parque São Sebastião, um comerciante pintou o meio-fio da rua com as cores verde e amarelo, enquanto na Avenida Ipiranga, um proprietário de uma revenda de automóveis expõe as bandeiras dos 32 países presentes no Mundial, entre outros exemplos. As famosas bandeirinhas do Brasil fixadas nos vidros de automóveis, mesmo de forma tímida, começaram a ser vendidas.
A falta maior de clima de Copa do Mundo tem atrapalhado o faturamento nas vendas de Israel Valter Ribeiro, 31 anos. Há 11 trabalhando no ponto da esquina da Ipiranga com a Silva Só, o vendedor de bergamotas resolveu oferecer bandeiras do Brasil desde a metade de abril. Neste período, saíram apenas dez, entre aquelas com suporte para carros e as maiores. Por enquanto, a menor custa R$ 10 e a maior, R$ 20. Mas o valor subirá à medida que os jogos começarem.
- O pessoal tem esperado o Brasil estrear bem na Copa para comprar - arrisca o vendedor ambulante.
Bandeiras saúdam visitantes
O comerciante Jose Rispoli, 40 anos, sócio proprietário da Rispoli Veículos, explica que a ideia de colocar as bandeiras de todos os países na Copa é tornar o ambiente aprazível não só aos clientes gaúchos, como também aos turistas de outros países.
- Queremos um ambiente aberto e liberal, sem escolher etnias, até porque atendemos pessoas de todas as origens - conta o sócio proprietário, descendente de italiano.
Com a iniciativa colocada em prática há cerca de dez dias, a Rispoli pretende incentivar a troca de experiências com os turistas, passar uma mensagem de acolhida e até servir de modelo para os concorrentes.
Há 45 anos no mesmo ponto, a loja sempre teve como um dos diferenciais a exposição de bandeiras de diferentes países (mas não dos 32 na Copa) e do Estado. A única que não sai da frente é a do Estado.
Meio-fio e as floreiras na torcida
Mesmo temendo uma reação negativa dos contrários à Copa, o comerciante Osmar Voos, 50 anos, dono de um mercado no Bairro Parque São Sebastião, resolveu decorar o entorno do seu negócio. Com o apoio de um funcionário, pintou de verde e amarelo o meio-fio da esquina onde está localizado o mercado, assim como pintou os canteiros das floreiras. E, durante a Copa, irá trabalhar com o fardamento do Brasil. No horário do jogo dos selecionados de Felipão, o comércio estará fechado.
- Não tem clima de Copa do Mundo na cidade, por isso resolvi fazer alguma coisa de bonito para agradar os turistas. Acho que a prefeitura deveria fazer na rota do Beira-Rio, perto do aeroporto - sugere o comerciante.
Instalado num bairro familiar, acredita que a iniciativa, mesmo isolada, servirá de exemplo para outros colegas tomarem iniciativa semelhante.
Unindo o útil ao agradável
Ainda na Zona Norte, o posto de combustíveis Dueville, na Avenida Assis Brasil, Bairro Sarandi, está na torcida pelo hexa do Brasil. Tanto que o local recebeu bandeiras do Brasil e malhas coloridas, nas cores verde e amarelo. O gerente, Fabricio Jardim, 36 anos, informa que o posto procura realizar ações em datas e eventos especiais, e com a Copa não poderia ser diferente.
- A gente busca agradar aos clientes, então, se busca ter o algo a mais, tentando juntar o útil com o agradável - pontua o gerente, que confirma que a reação dos clientes têm sido positiva.
Casa e escritório na onda
Torcedora mais da Seleção Brasileira do que da dupla Gre-Nal, a advogada Monica Borges, 62 anos, está pronta para a Copa do Mundo. Decorou a casa e o escritório com artigos do Brasil como bandeiras, cornetas, roupas, bola de futebol e até a colcha da cama é uma bandeira do país. Ela admite que é contrária com muitos dos gastos para sediar a competição, mas jamais deixaria de torcer para o time.
Prova disso é que assistirá com o seu grupo de amigos os jogos do Brasil num dos bares da Padre Chagas. Se o grupo de Felipão conquistará o hexa, a advogada não sabe, mas arrisca que pelo menos entre os quatro ficará.