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O Povo da Copa

Seu Brasil da Silva leva no nome o seu amuleto pela Seleção

Vendedor aposentado, morador do Bairro Niterói, em Canoas. O torcedor não precisa de muitos motivos para ter orgulho da Pátria

24/06/2014 - 09h01min

Atualizada em: 24/06/2014 - 09h01min


Mateus Bruxel / Agencia RBS
Seu Brasil viveu fortes emoções no jogo da Seleção Brasileira contra Camarões

Ele não vestiu a camiseta. Nem pintou o rosto ou segurou a bandeira para torcer pela Seleção na última segunda-feira. Também era desnecessário. A justificativa estava estampada no próprio nome: Brasil da Silva.

Um Brasil de emoções; veja mais fotos
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- Deve ter sido o "veio" (meu pai) que me deu, mas nunca soube o motivo desse nome. O certo é que tenho orgulho dele, pois amo o meu país - justificou o Brasil, de Canoas.

Antes, durante e depois da vitória que colocou a Seleção nas oitavas de final, Brasil, vendedor aposentado de 72 anos, morador do Bairro Niterói, viveu emoções que foram das mãos e pés inquietos aos gritos de gol. Que só saíram de verdade depois de balançada pela terceira vez a rede de Camarões, já no segundo tempo.

Minutos antes do início do jogo, Brasil preparou mesa farta com petiscos e café. Sentou-se no sofá, ao lado da cadeira de rodas da mulher, Ilsa Strassburg, 79 anos, com está casado há 46 anos. Há dois anos, uma fratura no fêmur não curada impede Ilsa de caminhar. Desde lá, é o aposentado quem cuida da casa e da mulher. 

- Temos que dar chinelada neste Camarões! - cobrou Brasil, apoiado pela companheira.
Depois da emoção do hino - momento considerado por Brasil como o mais importante da partida depois do gol, o casal mudou dos sorrisos largos para expressões de tensão. Bastou aparecer o rosto de Felipão na tevê para o aposentado brincar com Ilsa.

O primeiro e tenso tempo
- Olha lá, Felipão pensando: "Onde é que estou metido". A marcação deles (Camarões) é cerradita - analisou Brasil, entregando a origem missioneira de quem vem lá de São Luiz Gonzaga.

Quando veio o primeiro gol, perto dos 20 minutos, Brasil e Ilsa precisaram de alguns segundos para erguer as mãos e vibrar.

- Foi um gol sem-vergonha, me deixou na dúvida. Foi gol meeeesmo! Agora, dá para comer - disse o aposentado.

- Vou poder respirar - completou Ilsa.

Quando Camarões passou a pressionar e a fazer faltas, o Brasil aposentado esbravejou:

- Derrubaram o vivente, e o juiz não fez nada! Estou ficando nervoso.

Numa investida da Seleção interceptada pelo goleiro de Camarões, Brasil mais uma vez soltou a voz:

- Mazaaa, goleiro "veio"! Freou a nossa bola!

Quando o segundo gol veio, Brasil não se conteve e levantou do sofá repetindo os gestos de Neymar na tela:

- Foi dançando como se faz no tango, trocando os pés.

O segundo e alegre tempo
Os jogadores ainda estavam no intervalo quando um quinteto chegou e alegrou o casal. Eram os sobrinhos. Menos tenso e mais animado, Brasil mostrou toda a sua hospitalidade e simpatia: serviu café e petiscos às visitas.

Em poucos minutos, veio o terceiro gol. Brasil pegou a camiseta da Seleção trazida por um dos sobrinhos e, faceiro, a balançou no ar.

- Agora sim, o Brasil aqui fica mais tranquilito, e o de lá também - comemorou.

O resto da partida foi só festa. O alívio do casal, finalmente, veio. Com as risadas vieram mais um gol e a classificação em primeiro no grupo do Brasil. O de Felipão, claro.


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