A cinco dias da estreia na pré-Libertadores, o Grêmio ferve. Em Quito e em Porto Alegre. No Equador, o zagueiro Vilson, que seria titular contra a LDU, foi afastado por desavença com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Por aqui, o assessor de futebol Omar Selaimen se demitiu, sem detalhar os motivos da decisão. Especulações dão conta de que estaria descontente por ser pouco ouvido nas decisões.

Ontem, Gabriel, fora dos planos de Luxa, tomou o caminho do Inter. Não bastasse tudo isso, as rusgas políticas por trás da transição do Olímpico para a Arena aquecem ainda mais os bastidores. Para vencer a LDU, o Grêmio terá que administrar sua TPL, a tensão pré-Libertadores.

Luxemburgo afasta Vilson

No jogo-treino de quarta-feira, contra o Independiente del Valle, Vanderlei Luxemburgo repreendeu Vilson por cair na provocação de atacante argentino. Não obteve resposta e trocou-o por Saimon. Vilson saiu de campo desagradado. No intervalo, se recusou a voltar ao campo com os reservas. Luxemburgo não aceitou a insubordinação. Em telefonemas para Fábio Koff e o diretor Rui Costa, decidiu-se pelo desligamento de Vilson da delegação. Grolli já embarcou para Quito.

Desculpas via twitter

- Não conto mais com ele. Sou o técnico para orientar. Dei a oportunidade de voltar ao treino para corrigir, e ele se recusou. Está definido que não fica - anunciou Luxa.

Pelo twitter, o jogador admitiu o erro:

- Infelizmente, ocorreu desentendimento em campo. Fiquei chateado pelo (fato de o) professor ter me tirado e não tinha mais cabeça para voltar no segundo tempo. Admito meu erro e peço desculpa. Estou muito triste.

Luxemburgo revelou ainda que o empresário de Vilson estaria condicionando a participação contra a LDU à renovação. O jogador nega:

- Tive proposta de fora para ganhar o dobro, o professor Vanderlei pediu para ficar, disse que falaria com a diretoria para renovar. Abri mão de outro sonho, que era ir para fora. Aí acontece situação dessa, lamentável. Declarações me pondo contra todos.

A demissão de Omar Selaimen

No final da noite de quarta-feira, o assessor de futebol Omar Selaimen se demitiu. Alegou problemas pessoais e profissionais. Dias antes, porém, o dirigente havia revelado a jornalistas que trabalhava apenas pela manhã, cuidando de imóveis da família, e que o restante do dia era do Grêmio.

- A experiência não foi bem como havia projetado. A tendência era de ficar até o fim do ano. Como não consegui resolver algumas situações, achei melhor sair. Foi uma escolha minha. Não tive problema com ninguém, briga ou discussão. Algumas situações atrapalhavam minhas tarefas profissionais.

Nos bastidores, porém, circula a informação de que Selaimen teve divergências com Luxemburgo. O motivo seria o suposto vazamento de informações por parte do dirigente. Também reclamava ser pouco ouvido nas decisões.

Arena questionada

A OAS e a prefeitura da Capital são alvos de inquérito do Ministério Público Estadual sobre suspeitas de irregularidades na liberação da licença ambiental para a construção da Arena.

A prefeitura teria assumido obrigações pelos danos ambientais da obra que seriam de responsabilidade da empreiteira. Isso teria resultado em prejuízos aos cofres públicos.

A prefeitura diz que o processo foi regular. A Arena Porto-alegrense não se pronunciou.

Luxemburgo x Gabriel

Desde que Luxemburgo chegou ao Grêmio, Gabriel perdeu espaço. Ontem, o lateral rescindiu contrato e encaminha negociação para assinar por um ano com o Inter.

O desgaste entre os dois se tornou público no primeiro dia de trabalho de 2013. Luxemburgo disse publicamente que Gabriel estava fora dos planos. Foi uma resposta à entrevista concedida pelo lateral dias antes, na qual declarou que o técnico não gostava dele.

Ontem, o pai de Gabriel, o ex-jogador Wladimir, acusou Luxa de interesses pessoais no afastamento do filho:

- Luxemburgo tem carreira confusa, basta verificar sua história no futebol. Dessa forma, não tem moral nenhuma para falar do Gabriel.

Doping na base

A semana começou com dois jogadores do time sub-20, Mateus Oliveira e Felipe Ferreira, flagrados em antidoping feito na semifinal da Copa do Brasil da categoria, em dezembro. O episódio resultou na demissão do preparador físico Diego Mello, responsabilizado publicamente pelo clube. A explicação do Grêmio é a de que o preparador induziu os jogadores à ingestão da substância proibida. O preparador alega que todos os medicamentos ministrados aos atletas passam pelos departamentos médico e nutricional.