Paixão Tricolor
Coluna do Pi: Páscoa e Brasileirão
Leia a íntegra da coluna do Diário Gaúcho
O silêncio de um feriado de Páscoa é surpreendente cada vez mais baseado nos dias loucos e barulhentos que vivemos na atualidade. O contraste com os quais deparamos com o passar das horas é notório e pleno. Tão bom ser tomado pelo nada por alguns instantes contra o tudo na maior parte do tempo.
O que angustia na maioria das vezes essa falta de som é a falsa impressão da ausência de vida, de vibração e de movimento. Como se, necessariamente, fosse sinônimo de existência o barulho constante. Tem isso uma certa lógica. Quando nasce um bebê, parece que a vida só surge ali no momento em que o mesmo começa um choro descontrolado, pedindo algo que ninguém consegue decifrar. Mas ali se estabelece a relação da vida com som.
Exatamente o oposto acontece, quando numa despedida nos colocamos ao redor de um corpo que nem sequer movimenta o vento ao seu redor pela paralisia da morte.
Arenas alegres
Veja como são as coisas. Tudo isso num final de semana de Páscoa em que o futebol também acontece no país. Como estarão nossos estádios? Como estarão nossos torcedores nesta primeira rodada do Brasileirão? Tomara que nossas novas arenas e estádios estejam repletos de alegrias e gritos emocionados como a vida numa maternidade.
Quem dera estejamos distantes do silêncio que nos remete ao fúnebre. Que nosso futebol seja uma celebração antes mesmo da disputa. Que a disputa não nos faça inimigos, mas apenas adversários. Que façamos do canto das torcidas ao grito de gol a ressurreição da paz que tanto queremos. Sabemos que ele está em silêncio, como num feriado de Páscoa, dentro de cada um.
Feliz Páscoa!