Após o empate sem gols na Vila Belmiro, pela primeira vez o técnico do Grêmio salientou com mais ênfase o fato de precisar de reforços.

Nada acintoso, que Enderson Moreira é elegante. Mas ele deixou o seu recado ao observar que "as pessoas esquecem a redução de investimento no futebol em relação ao ano passado".

Ele sabia deste cenário de contenção de gastos quando topou assumir o Grêmio. Mas o jogo mostrou que, independentemente da questão financeira, trata-se de um problema para o time ganhar qualidade e sonhar com objetivos mais altos.

Não foi uma crítica, e sim um recado: lembrem-se disso ao avaliar o trabalho.

Neste sábado, Enderson tentou usar o grupo. Optou pela juventude de Alan Ruiz em vez do veterano Zé Roberto. No intervalo, tirou Luan, que foi muito mal, e colocou Rodriguinho, de atuação promissora contra o San Lorenzo. Faltando 15 minutos, deu chance a Lucas Coelho, retirando Barcos.

Nenhumas das mudanças melhorou o rendimento substancialmente.

A entrada de Everton aos 42 minutos do segundo tempo eu nem conto. O que ele poderia fazer pegando duas vezes na bola? Esta alteração, sinceramente, não entendi. Melhor dar mais tempo para o guri mostrar o seu futebol.

De qualquer maneira, quando Enderson teve de recorrer ao elenco, na Vila, nada aconteceu.

O jogo foi ruim tecnicamente. A única chance de verdade foi logo no início, com Dudu, o mais lúcido do Grêmio, entrando a drible e quase acertando o canto.

De resto, muita bola alçada, chute de fora da área e chance em bate-rebate das defesas.

A queda de rendimento de Luan preocupa.

Claro que os jovens oscilam. É assim mesmo. Mas é preciso examinar o que aconteceu, além da lesão na mão. O futebol dele voltará, é claro, mas até lá é fundamental encontrar uma alternativa para o time.

Só com Luan jogando bem o Grêmio mostrou futebol de competição em bom nível, na Libertadores. Driblando e desencaixando a marcação adversária, ele melhorava a atuação de seus companheiros.

Sem o jovem talento em boa fase, o conjunto desce a um nível nada além de médio. E isso é pouco para pensar em título brasileiro.