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Aniversário saudosista

A vida do Olímpico sem futebol nos últimos 578 dias

Prestes a ser demolido, estádio completa 60 anos nesta sexta

19/09/2014 - 06h01min

Atualizada em: 19/09/2014 - 06h01min


Marcelo Oliveira / null

Há 578 dias, as arquibancadas de pedra do Olímpico não tremem mais. Desde 17 de fevereiro de 2013, o Velho Casarão gremista agoniza, mas não morre. Os gritos de gol nas tardes ensolaradas de domingo ficaram pelo caminho. O bairro Azenha voltou a ser silêncio após 60 anos.

Nesta sexta-feira, o segundo estádio da história tricolor comemora seu último aniversário no mesmo compasso em que espera pelo adeus. Ao que tudo indica, até 30 de novembro ele será entregue a um novo dono, que desligará os aparelhos no verão de 2015. E tudo ficará na poeira da memória.

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O gol de Werley aos 23 minutos do primeiro tempo, naquele fevereiro tórrido um ano e meio atrás, marcou o derradeiro jogo oficial do clube no Estádio Olímpico. O palco que sediou batalhas épicas em azul, preto e branco, celebrou títulos gaúchos, nacionais e da Libertadores hoje é utilizado apenas para treinos do grupo principal.

Parte do gramado foi retirada e colocada em molduras para comercialização entre os torcedores. O campo suplementar também recebe atividades do elenco atual - no último fim de semana foi cedido a equipes juvenis do interior do Estado. A manutenção da grama segue irretocável.

Veja mais sobre o estádio no especial Olímpico Eterno

Na segunda-feira, o Quadro Social já passou a atender em suas novas instalações, na Arena. A área administrativa também está pronta na Zona Norte, porém, a mudança de pessoal deve ocorrer nas próximas semanas.

Veja imagens da situação atual do Estádio Olímpico:



Nos últimos 19 meses, na primeira fase de demolição do Olímpico, foram abaixo a antiga torre dos camarotes e estruturas internas do lado da Avenida Carlos Barbosa. Mesmo assim, a loja do Grêmio, a lancheria, a capela e o setor de Sociais continuam abertos. Na área interna do estádio, contudo, pedregulhos da arquibancada misturam-se a pedaços de grama já alta, cadeiras repletas de poeira e pintura desgastada.

- O lado parcialmente demolido é aquele que só era utilizado em dias de jogos. Não seria aconselhável deixar as pessoas circularem fora da Social. Mas a vida do clube no Olímpico é praticamente normal. Ainda recebemos muitas excursões do Interior diariamente - afirma o assessor especial da presidência, Luiz Moreira.

Na metade do ano, o Olímpico foi escolhido como Campo Oficial de Treinamento (COT) da Copa do Mundo. Para se adequar às exigências da Fifa, o Grêmio investiu R$ 250 mil em pintura e lavagem das arquibancadas, instalação de área para imprensa e para cadeirantes. Nenhuma seleção usou o estádio.

Hoje, prestes a se transferir para a Arena, o Tricolor encontra em um de seus principais presidentes a oposição ferrenha à mudança de endereço. Recém-eleito patrono do clube, Hélio Dourado, 84 anos, teve papel fundamental na construção e ampliação do Olímpico.

- (O Olímpico) É uma coisa do passado para mim. Eu lutei muito todo esse tempo, para acontecer o que vai acontecer. É uma coisa muito mal pensada. Mesmo que não ficasse no Grêmio (o estádio), que ficasse em pé para o esporte amador, pelo menos. Poderiam fazer edifícios em outro lugar. É um mal muito grande fazer a demolição, derrubar uma coisa feita com trabalho forte, bonito - critica.

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