Grêmio



Paixão tricolor

Cacalo: "Que venha Cristiano Ronaldo! A tua hora vai chegar!"

Grêmio sofreu, mas mostrou que time grande não cai na semifinal do Mundial

13/12/2017 - 07h00min

Atualizada em: 13/12/2017 - 07h00min


Cacalo Silveira Martins
Cacalo Silveira Martins
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Lucas Uebel / Grêmio, Divulgação

É preciso dizer que, na primeira etapa do jogo de ontem, o Grêmio foi uma equipe demasiadamente tensa e nervosa. Parecia tomado por uma inexplicável ansiedade, mesmo se entendendo o caráter da semifinal de um Campeonato Mundial. E refiro que a ansiedade, a tensão e o nervosismo estiveram exageradamente assolando o nível emocional dos atletas gremistas, pois o Pachuca foi melhor em campo, teve duas chances de quase marcar, mais posse de bola e intensidade de volume de jogo.

A equipe tricolor esteve irreconhecível. Claro que Arthur fez muita falta. A bola não parava no meio-campo gremista, a marcação estava desarrumada, enfim, houve muito pouco de jogo jogado tecnicamente e de qualidade, o que sobrava com Arthur. Luan não encontrou seu lugar e isso precisava ser modificado. De outra parte, o time mexicano, invariavelmente com a posse da bola, procurava sempre o craque de seu time, o japonês Honda, para fazer a bola andar, enquanto o próprio Honda e seus companheiros mostravam intensa movimentação.

Foi preocupante o primeiro tempo. Mas fui para o intervalo convicto de que Renato estava vendo o mesmo jogo e iria mexer na organização tática da equipe, inclusive adiantando a marcação e aumentando a movimentação. E também fez falta o chute a gol, mesmo de fora da área.

A atuação do Pachuca lembrou muito a do Lanús na primeira partida da final da Libertadores em Porto Alegre.

Melhora no segundo tempo

O ambiente, logo no início, começou a melhorar, porque Renato adiantou a equipe, o Grêmio cresceu aos poucos e foi tomando conta da partida, embora ainda permitisse algumas possibilidades ao Pachuca. De repente, só tinha Grêmio em campo. Especialmente depois que Renato colocou Jael na partida, o que trouxe nova vitalidade à equipe. Multiplicaram-se as chances, apareceu a movimentação intensa do nosso time, Geromel e Kannemann mais uma vez foram gigantes e o time recomeçou a mostrar tudo aquilo que sabe, mesmo sem Arthur.

O nosso sofrimento aumentou sobremaneira. Às vezes, parecia que o tempo não passava, e em outras, que passava rápido demais. Até o final dessa segunda etapa, o coração parecia que ia sair pela boca. Inexplicável o tamanho do sofrimento. Felizmente, essa etapa acabou logo.

Prorrogação decisiva

Com a brilhante jogada e conclusão de Everton, as nuvens começaram a se dissipar. Renato foi extraordinário mais uma vez. Suas substituições, inesperadas pelas funções mexidas, deram o melhor resultado. Sua coragem e sua maturidade levaram o Grêmio à finalíssima. Sua competência mudou o sistema tático: ousou e obteve o resultado. Já deveria ter o reconhecimento geral.

O Grêmio mostrou a força de sua camisa, a história vitoriosa que o acompanha. Porto Alegre explodiu de alegria, o foguetório tomou conta da cidade e do Estado. Todos os atletas se destacaram no jogo, mas alguns merecem menção de louvor, por tudo aquilo que realizaram. Geromel teve, talvez, a melhor atuação do ano. Kannemann foi o gigante de sempre, com ainda mais garra e inarredável vontade de sair vitorioso.

Jael mudou o jogo. Everton foi decisivo, fundamental ao marcar um extraordinário gol. Mas, afinal, quem não foi bem? E Cortez? Que atuação de luxo, cumprindo sua função de marcar com brilhantismo, força de vontade e pura raça. E ainda foi o Grêmio que deu um banho físico.

Muito merecida a classificação. Um show da torcida no estádio. E mais uma vez ficou provado que time grande não cai em semifinal de Mundial. Quantos clubes brasileiros chegaram três vezes a uma final? A nossa turma é o Real Madrid. Que venham os merengues, que nós vamos colocar a cereja no bolo. Como é bom ser gremista. Acima de tudo, Grêmio eternamente. Salve, Imortal Tricolor!


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