Paixão tricolor
Cacalo: reconhecer superioridade é uma grande virtude do ser humano
Quem tem o dever de opinar tem também o dever de transmitir o que está ocorrendo
Cada vez fico mais impressionado com o que leio, ouço e assisto nas noticias e comentários sobre futebol. Quando fui dirigente, e depois trabalhando em rádio durante mais de 20 anos, e tempo similar em jornal, aprendi — e sigo aprendendo — a respeitar as opiniões alheias.
Durante todo esse período, participei de programas de debates e concedi entrevistas, respondendo a perguntas inteligentes, difíceis, às vezes, mas honestas, de repórteres gaúchos.
No entanto, tudo tem seu limite. Contra fatos, definitivamente, não há argumentos. Isso é um velho chavão, mas, com certeza, alguns falsos intelectuais fazem questão de não aceitar o que a prática consagra. Admito, por este raciocínio, que alguém pense que Fulano joga mais do que Beltrano, até que o campo prove, exaustivamente, o contrário. E isso diversas vezes.
Qual o fundamento de determinadas avaliações? Mas os invictos jamais erram. Insistem! Erramos nós, pobres mortais, torcedores, jogadores, dirigentes e treinadores. Alguns, inclusive, se revoltam contra a regra do jogo. Mesmo alertados, seguem incidindo em erros crassos. Onde fica a responsabilidade de tornar público aquilo que está acontecendo?
Insistências descabidas
Quando as questões se assemelham, como disse antes, admito a divergência de opiniões. Mas, depois que a prova está devidamente documentada, consagrada e gravada, por que insistir com manifestações sabidamente deturpadas? Quem tem o dever de opinar tem também o dever de transmitir o que está ocorrendo, e não o que gostaria que ocorresse.
Mudar de opinião, aceitar o erro, reconhecer que este é superior àquele, sem ter a necessidade de equipará-los, é uma grande virtude do ser humano. Afinal, isso é ter opinião sincera, descomprometida e profissional.